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Quarenta espetáculos em simultâneo em Lisboa e Porto até dezembro pela retoma na Cultura
Campo Pequeno, em Lisboa, e o Pavilhão Rosa Mota, no Porto, vão acolher, em simultâneo, 40 espetáculos de artistas portugueses, de música mas também humoristas, entre 31 de outubro e 19 de dezembro, foi hoje anunciado.
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A iniciativa “20 20 Cultura para Todos”, que envolve a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e as promotoras Everything is New e PEV Entertainment, inclui “um total de 40 espetáculos, com início a 31 de outubro e fim a 19 de dezembro” e “tem como objetivo a retoma e o incentivo à cultura em Portugal”, segundo a organização, num comunicado hoje divulgado.
“‘20 20 Cultura para todos’ reflete não só um jogo de números que quer ser coincidência entre o ano 2020 e o facto de serem 20 espetáculos produzidos nas duas cidades escolhidas, mas também quer ser um apelo à inevitabilidade de voltar a trazer a cultura ao dia a dia de todos os portugueses. Uma necessidade que quer promover o reencontro entre o público e artistas, prometendo trazer aos palcos o melhor da música e da comédia nacional”, lê-se no comunicado.
Plutónio e os Xutos & Pontapés foram os artistas escolhidos para darem o ‘pontapé de saída’ do “2020 Cultura para todos”, no dia 31 de outubro, em Lisboa e no Porto, respetivamente.
O cartaz “100% português, com artistas altamente reconhecidos”, inclui Jorge Palma, Aurea, Carminho, Paulo Gonzo, Branko, Rodrigo Leão, Mariza, Camané e Mário Laginha, David Carreira, Os Quatro e Meia, The Gift, Mishlawi, Moonspell, Dino D’Santiago, Fernando Daniel, Tiago Nacarato e Bárbara Tinoco, Anjos, Mariza, Rui Veloso, Diogo Piçarra, Richie Campbell, Amor Electro e os humoristas César Mourão e Fernando Rocha.
Esta iniciativa surge “surge numa altura em que o meio artístico e todas as atividades que gravitam em torno deste meio passam por momentos difíceis, sendo este [trazer a cultura ao quotidiano] o objetivo central do projeto”.
A organização salienta que “o conceito e os valores adjacentes a este projeto vão totalmente ao encontro dos valores e da estratégia da SCML, não só pelo apoio ao talento nacional, mas também no reforço do apoio à cultura”.
“Em exclusivo para os espetáculos da região de Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa/EGEAC participam com um financiamento num formato de coprodução, sendo o seu principal intuito apoiar a contratação de serviços de som, luz e palco. O mesmo acontece com o financiamento vindo da Câmara Municipal do Porto, uma presença que se destina unicamente aos espetáculos da região norte, como forma de ajudar a suportar todos os custos técnicos implícitos em cada espetáculo”, lê-se no comunicado.
A organização garante em todos os espetáculos um “cumprimento rigoroso das normas impostas pela Direção Geral da Saúde (DGS)”.
“O uso de máscaras é obrigatório, num espaço delimitado para o efeito, onde todos os lugares estarão identificados, cumprindo o distanciamento obrigatório entre os espectadores que não façam parte do mesmo agregado. Por último, de modo a evitar qualquer tipo de congestionamento entre pessoas, todas as entradas e saídas terão circuitos próprios com a devida sinalização”, refere.
As salas de espetáculos encerraram em março, no âmbito as medidas de contenção de propagação da pandemia da covid-19.
No dia 01 de junho foram autorizadas a reabrir, no âmbito do “Plano de Desconfinamento” do Governo, anunciado em 30 de abril, mas com normas de higiene e segurança.
De acordo com a Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE), desde meados de março e até ao final de abril foram cancelados, suspensos ou adiados cerca de 27 mil espetáculos.
Segundo um inquérito promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, Audiovisual e Músicos (Cena-STE), divulgado no início de abril, 98% dos trabalhadores de espetáculos tiveram trabalhos cancelados, 33 por cento dos quais por mais de 30 dias.
Para as 1.300 pessoas que responderam ao questionário, as perdas por trabalhos cancelados representaram dois milhões de euros, apenas para o período de março a maio.
Segundo os resultados de um inquérito promovido pela Fundação GDA(Gestão dos Direitos dos Artistas), por cada espetáculo cancelado em Portugal, até 31 de março, devido à pandemia da covid-19, ficaram sem rendimento, em média, 18 artistas, 1,3 profissionais de produção e 2,5 técnicos.
Ao inquérito responderam, até 31 de março, 992 profissionais, que deram conta do cancelamento de 4.287 espetáculos.
A crise no setor da Cultura deu origem a pelo menos dois grupos de ajuda alimentar, que começaram por Lisboa, mas criaram depois núcleos no resto do país: a União Audiovisual e o nosSOS, promovido pela companhia de teatro Palco 13.
Quem quiser ajudar, ou precisar de ajuda, pode contactar estes grupos usando a Internet.
A União Audiovisual tem um grupo no Facebook, que é fechado, mas basta pedir para aderir, e uma página em https://uniaoaudiovisual.pt/.
O nosSOS está em https://ge0612.wixsite.com/palcotreze/ajuda-palco13 e também no Facebook da Palco 13.
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