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Quando uma cegonha na Figueira da Foz deixou Portugal mergulhado na escuridão

Imagem: DR
Na segunda-feira, 28 de abril, Portugal e mais alguns países europeus enfrentaram um dos maiores apagões dos últimos anos, que deixou milhões de pessoas sem energia durante várias horas.
Embora as causas ainda não tenham ainda sido totalmente esclarecidas, o incidente remonta a uma série de falhas no sistema elétrico que têm marcado a história recente da Península Ibérica.
Este apagão não foi um caso isolado. Há 25 anos, uma cegonha causou um apagão semelhante ao chocar contra uma linha de alta tensão em Lavos, na Figueira da Foz. O incidente, ocorrido às 22:00 do dia 9 de maio de 2000, resultou em duas horas de escuridão que afetaram metade do país. A falha no sistema automático de proteção da EDP fez com que o curto-circuito se alastrasse, piorando ainda mais a situação. Na altura, o então primeiro-ministro, António Guterres, instaurou um inquérito para investigar as causas do acidente, recorda o Observador.
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Este não foi o único susto do sistema elétrico português. Em 2003, um novo apagão afetou os distritos de Évora, Beja e Faro, desta vez devido a incêndios que danificaram linhas elétricas vitais entre Palmela e Sines. A situação levou a REN (Redes Energéticas Nacionais) a alertar para a vulnerabilidade da rede elétrica portuguesa e à necessidade urgente de estabelecer novas conexões com Espanha, garantindo maior resiliência ao sistema.
Ainda mais grave foi o apagão de 2006, quando uma falha a milhares de quilómetros de distância, na Alemanha, teve repercussões diretas em Portugal. Um erro humano da empresa E.ON ao desativar uma linha elétrica para permitir a passagem de um cruzeiro no rio Ems gerou falhas na rede europeia. A Península Ibérica, dependente das conexões com França, foi severamente afetada, o que deixou milhões sem eletricidade.
Embora o apagão de ontem tenha sido um dos maiores nos últimos anos, não foi um evento isolado na história dos problemas elétricos da região. A dependência da rede elétrica, combinada com falhas técnicas e imprevistos, continua a expor as vulnerabilidades do sistema.
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