Economia
Publicidade institucional do Estado soma mais de 12,5 milhões em 2021
A publicidade institucional do Estado somou mais de 12,5 milhões de euros em 2021, dos quais quase um quarto (24,7%) foram destinados aos media regionais e locais, de acordo com um estudo do regulador ERC.
“A publicidade institucional do Estado, que está incluída nas receitas de publicidade das empresas, totalizou 12.507.407,87 euros em 2021, dos quais 3.090.278,51 euros foram destinados aos media regionais e locais (24,7% do total)”, lê-se no estudo “Análise Económica e Financeira ao Setor dos Media em Portugal no ano 2021”.
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Segundo o estudo da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), “o setor público de media teve um crescimento de receitas substancialmente inferior ao dos seus concorrentes do setor privado, uma vez que a maioria das receitas é certa e estável, através do Estado ou diretamente dos contribuintes” no ano em análise.
“Em 2021, o Estado alocou à agência Lusa cerca de 12,9 milhões de euros em indemnizações compensatórias, no quadro do contrato de prestação de serviço noticioso e informativo de interesse público celebrado entre as duas partes” e “a RTP recebeu em taxas de contribuição para o audiovisual 181,5 milhões de euros”.
Neste ano, “o Estado português diminuiu os apoios normalmente atribuídos ao setor da comunicação social”, adianta a ERC.
Os media receberam “quase quatro milhões de euros destinados a meios de comunicação social regionais e locais, repartidos entre incentivos à leitura e incentivos ao desenvolvimento digital, modernização tecnológica, acessibilidade à comunicação social, literacia e educação para os media e desenvolvimento de parcerias estratégias (979.858,25 euros), ligeiramente abaixo do montante de 1.015.474,4 euros de 2020”.
Face a este contexto, “as empresas de media não só continuam a debater-se com a alteração de paradigma ao nível da distribuição e consumo de conteúdos, cada vez mais no digital, que caracterizou os últimos anos, como também veem migrar para o digital a sua, ainda, principal fonte de receitas, a publicidade”.
A pandemia de covid-19 “veio acentuar e acelerar estas tendências, já há muito identificadas, e o ano de 2021 foi prova disso mesmo”, salienta o estudo.
“Em Portugal, o número de empresa monomedia é muito superior ao de conglomerados multimedia, com uma predominância de rádios e publicações periódicas”, sendo que “a dimensão das empresas multimedia é maior”.
De acordo com a análise feita, o setor monomedia e multimedia têm grandes diferenças em termos de dimensão e rentabilidade.
Assim, em 2021 havia 332 empresa monomedia, com um total de rendimentos de 372,9 milhões de euros e prejuízos de 6,5 milhões de euros. Por sua vez, as empresas multimédia ascendiam a 38, com um total de rendimentos de 546 milhões de euros e lucros de 30,7 milhões de euros.
De acordo com a ERC, “90% das empresas de comunicação social que reportaram indicadores financeiros na Plataforma da Transparência dos Media eram monomedia”, sendo que “as diferenças agravam-se quando se observam as rubricas de resultados”.
Apesar de em número inferior, “as empresas multimedia apresentaram maiores resultados em 2021, tanto no agregado total como em termos médios e a nível de resultados líquidos, o agregado das empresas monomedia foi negativo, tal como em 2020”.
O estudo refere que “o segmento de operadores de TV foi aquele que apresentou uma dimensão em termos de ativos, receitas e resultados muito superior aos restantes, sintomático dos requisitos de investimento mais elevados” e que os “resultados negativos agregados dos operadores de TV refletem fundamentalmente a dimensão e performance da TVI”.
Geograficamente, “existe concentração da atividade de comunicação social, em Lisboa e Porto, seguidas de Évora, Braga e Leiria”, lê-se no documento divulgado esta semana.
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