Polícias
PSP interrompe exame em escola privada. Instituição diz que cumpria a lei
A PSP interrompeu hoje um exame, com 43 alunos, que decorria numa escola privada de Cascais, para fazer cumprir as medidas de confinamento decretadas devido à pandemia de covid-19, mas a instituição alega que estava a cumprir a lei.
Em declarações à agência Lusa, o comissário da PSP de Lisboa Artur Serafim referiu que as autoridades receberam “várias denúncias anónimas” de que um grupo de 43 estudantes do 10.º ano iria realizar um teste no colégio St. Dominic’s International School, no concelho de Cascais, distrito de Lisboa.
“Imediatamente fomos para o local e verificámos que estavam na escola 23 alunos e que mais 20 estariam a caminho. Contactámos a diretora e sensibilizámos para a necessidade do cumprimento das medidas. Os pais foram contactados e levaram os alunos para casa”, adiantou.
Contactada pela Lusa, a administradora e diretora pedagógica da instituição, Catarina Formigo, ressalvou que, apesar do colégio ter acatado a ordem das autoridades, o entendimento é que o teste poderia ser realizado.
“Devo dizer que os senhores agentes da PSP foram corretíssimos, mas acredito que houve um mal-entendido por parte das autoridades. O decreto do Governo prevê que os alunos possam realizar os testes”, apontou.
Catarina Formigo sublinhou que a interrupção do teste “causou um grande transtorno nos alunos e nos pais” e defendeu que “a situação deverá ser bem esclarecida”.
“Sempre fomos exemplares no cumprimento da lei. A situação de hoje teve consequências desagradáveis e esperamos que não volte a acontecer”, acrescentou.
Ainda no concelho de Cascais, segundo adiantou à Lusa o comissário da PSP Artur Serafim, as autoridades encerram também esta manhã um infantário que estava aberto.
“Para estes casos não existe uma previsão de coima e aquilo que resta fazer é sensibilizar os diretores da escola para o cumprimento da lei”, explicou.
Todas as escolas de todos os níveis de ensino estão encerradas a partir de hoje e durante duas semanas, uma medida anunciada na quinta-feira pelo Governo para conter a pandemia de covid-19.
Além das escolas também todas as creches e ateliês de tempos livres vão permanecer encerrados durante 15 dias, o mesmo acontecendo com os tribunais de primeira instância, que só funcionam para atos processuais urgentes.
O primeiro-ministro, António Costa, justificou as medidas pelo aumento do número de casos de uma variante mais contagiosa do novo coronavírus, que cresceram de uma prevalência de 8% na semana passada para os atuais 20%.
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