Saúde
PSD quer reabertura faseada “o mais depressa possível”, mas sem passos em falso
O vice-presidente da bancada do PSD Ricardo Batista Leite defendeu hoje um regresso à normalidade de “forma faseada”, que deve ocorrer “o mais depressa possível”, mas sem dar “um passo em falso” que poderia obrigar a novas restrições.
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Em declarações aos jornalistas no final de mais uma sessão técnica sobre a evolução da situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, no Infarmed, em Lisboa, o deputado do PSD e médico manifestou a concordância do partido com mais uma renovação do estado de emergência, até final de abril, sem se comprometer com uma data para começar a aliviar as restrições atualmente existentes no país.
“É muito importante para nós no PSD que se faça de forma faseada, o mais depressa possível, mas sem comprometer todos os princípios da saúde pública de precaução, para garantir que não damos uma passo em falso e, ao abrir excessivamente, não temos de regressar todos a uma situação de restrição”, alertou.
Para o PSD, acrescentou, “esta é uma matéria eminentemente técnica”, dizendo que, de acordo com os especialistas, só será possível levantar de forma alargada as restrições quando se conseguirem voltar a identificar “de forma clara” as cadeias de infeção ativas, o que não acontece na atual fase de infeção comunitária.
Questionado se o estado de emergência, que vigora até sexta-feira e que deverá ser prolongado esta semana até final do mês, deve ou não ser renovado em maio, Baptista Leite disse ser cedo para essa análise.
“Estar a falar do que acontece em maio a 15 de abril é muito prematuro (…) O estado de emergência como está faz sentido, se o próximo for decretado pelo Presidente da República não será pelo PSD que haverá entraves”, assegurou.
O deputado do PSD remeteu a análise sobre o que poderá ser feito em relação a maio para a próxima reunião com os especialistas no Infarmed em 28 de abril, da qual fez também depender a decisão de os alunos do 11.º e 12.º anos voltarem ou não às aulas presenciais este ano letivo.
Baptista Leite salientou que o presidente do PSD, Rui Rio, acompanhou a reunião através de videoconferência – o que já aconteceu nas últimas duas ocasiões – e que esteve hoje acompanhado pelo vice-presidente do partido e presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro.
“Aproveitando essa presença, quero deixar uma palavra a todos os autarcas do país que têm estado na linha da frente na resposta à covid-19”, destacou.
Questionado se, depois de Rui Rio ter reiterado em carta aos militantes a atitude de colaboração com o Governo, o papel de oposição passou para os autarcas do PSD, o deputado preferiu destacar todos têm de “estar unidos, sejam líderes nacionais, sejam líderes locais”.
“O PSD orgulha-se de ter nos seus autarcas verdadeiros líderes que têm estado na linha da frente no combate ao vírus (…) Se o Governo não pudesse contar com o poder local eu diria que teria sido impossível obter alguns dos resultados positivos”, afirmou.
Baptista Leite fez ainda questão de frisar que, na reunião de hoje, ficou claro em relação aos lares – que concentram muitos infetados e óbitos -, por parte da Direção-Geral da Saúde, que “a responsabilidade primeira para a identificação da capacidade dos lares de isolarem as pessoas e adaptarem as condições dos lares é das câmaras, é do poder local”.
“O Governo deixou isto muito claro aqui hoje, eu creio que é uma mensagem que é importante reforçar, porque há cerca de cem mil pessoas a residir em lares e todos temos de estar coordenados e unidos neste combate”, apontou.
O deputado disse ainda que foi também claro que haverá “acesso livre a todos os dados” para os investigadores nacionais.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Portugal regista 599 mortos associados à covid-19 em 18.091 casos confirmados de infeção, segundo o boletim de hoje da Direção-Geral da Saúde sobre a pandemia.
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