PSD insiste em voos civis na base aérea de Monte Real e PS concorda

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 10-01-2018

O grupo parlamentar do PSD apresentou hoje uma recomendação para que o Governo adapte a base aérea de Monte Real para receber voos civis, visando o desenvolvimento económico da região centro, proposta com a qual o PS concorda.

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fátima ramos

Na apresentação do projeto de resolução do PSD na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, no parlamento, a deputada social-democrata Fátima Ramos defendeu que “a abertura da base aérea de Monte Real a outros serviços era importante para todo o país e para a região Centro […] porque permitiria desenvolver e potenciar a capacidade económica e exportadora”.

“Ajudava também a dinamizar territórios onde as condições de vida são piores porque estão mais desertificados, desde logo nos distritos de Leiria e de Coimbra, que foram fustigados pelos incêndios” do ano passado, acrescentou a responsável.

Ao mesmo tempo, criar ali um aeroporto serviria para promover o turismo, realçou Fátima Ramos, lembrando que na região existe património classificado e “locais que atraem muitos visitantes”, como o Santuário de Fátima e a Universidade de Coimbra.

Localizado em Monte Real, concelho de Leiria, este é um aeródromo militar da Força Aérea Portuguesa, vocacionado sobretudo para a aviação de caça.

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De acordo com a deputada do PSD, não existem entraves à concretização de tal medida, já que o Ministério da Defesa se “mostrou disponível para estudar o assunto”, os problemas ambientais “não têm sido levantados” e esta é “uma zona com bons acessos”

“Não nos podemos esquecer que o próprio aeroporto de Lisboa está a ficar saturado e se esta base aérea puder ser usada para voos civis, de forma permanente, estamos a rentabilizar recursos”, salientou.

Pedro Coimbra

De opinião semelhante, o deputado do PS Pedro Coimbra considerou ser “necessário abrir outros espaços a voos comerciais”, notando que isso poderá ser feito na base aérea de Monte Real “com poucas adaptações”.

A seu ver, um aeroporto naquele local iria contribuir para economia da região e nacional.

O socialista falou ainda na necessidade de “maior capacidade aeroportuária” numa altura que as infraestruturas existentes “estão saturadas”.

“Eu tendo a apoiar e o PS tende a apoiar”, disse.

Ainda assim, Pedro Coimbra lembrou que se fala nesta possibilidade há cerca de 40 anos, sem que qualquer medida avance.

Por isso, afirmou não estar disponível para “continuar a discutir nos próximos 40 anos o mesmo assunto, se se continuar a demonstrar inviável como até aqui se demonstrou”, conforme sublinhou numa nota divulgada posteriormente.

No comunicado, o deputado, eleito pela círculo eleitoral de Coimbra, defende o aeródromo Byssaya Barreto, em Coimbra, como alternativa à base aérea de Monte Real.

“Ou a Base Área de Monte Real abre já ‘hoje ou amanhã’ a voos comerciais, ou é preciso encontrar alternativas rapidamente, sendo que o Aeródromo Bissaya Barreto, em Coimbra, reúne todas as condições para o efeito”, refere.

A nota realça que esta infraestrutura beneficia “da sua centralidade em relação a toda a região e a acessibilidades de exceção”.

ROM01 ROMA (ITALIA) 25/11/2014.- El papa Francisco se despide antes de subirse a un avión en el aeropuerto Fiumicino de Roma (Italia) hoy, martes 25 de noviembre de 2014, antes de volar a Estrasburgo para pronunciar un discurso ante el Parlamento Europeo. EFE/Telenews

Mais reticente mostrou-se o deputado do BE Heitor de Sousa, para quem “o projeto de resolução do PSD precisa de ser mais bem refletido”.

Segundo o bloquista, uma das principais dificuldades à adaptação de Monte Real para receber voos civis são os acessos, desde logo por comboio, já que “o serviço ferroviário que a Linha do Oeste presta é uma coisa risível”.

“Defender um aeroporto na base aérea de Monte Real é querer fazer um aeroporto no meio do deserto”, afirmou.

Heitor de Sousa sustentou ainda que a proposta do PSD serve apenas como “bandeira”, razão pela qual só deveria ser apresentada aquando das eleições legislativas do próximo ano.

Também Bruno Dias, do PCP, destacou ser “preciso assegurar que a operacionalidade da Força Aérea [que funciona no local] não é posta em causa”.

“O que defendemos é um uso civil complementar”, adiantou o comunista.

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