Coimbra
PSD diz que “nada de estrutural mudou” desde 15 de outubro
O PSD considerou hoje que “nada de estrutural se modificou” desde os incêndios na região centro, há um ano, responsabilizando o Estado “centralista” pelo “falhanço” de 15 de outubro, acusação rejeitada pelo PS.
“Portugal é hoje um país centralista, muito envelhecido, com baixíssimas taxas de natalidade. Lisboa cresce e o resto do país empobrece”, criticou a deputada Fátima Ramos, numa declaração política na Assembleia da República.
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Fátima Ramos aludiu ainda à recente remodelação governamental: “Hoje, como há um ano, o Governo e a maioria que o suporta continua a acreditar que a troca de ministros tudo irá desculpabilizar”.
A deputada do PSD acusou o Governo e o PS de “desperdiçarem a oportunidade dada pelo PSD de lançar uma verdadeira reforma, descentralizadora e transformadora de Portugal”.
“Preferiram o faz de conta. Da palavra dada é palavra honrada, ao ridículo do Infarmed, o primeiro-ministro continua a permitir que haja portugueses abandonados à sua própria sorte”, criticou, acrescentando que desde os incêndios de 15 de outubro até hoje “nada de estrutural se modificou”.
A deputada desafiou o Governo a dar o exemplo “sem hesitações e com coragem”, sugerindo que comece pela transferência do Tribunal Constitucional para Coimbra, proposta que já tinha sido feita pelo presidente do PSD, Rui Rio.
“Portugal impõe uma alternativa séria e credível, reformista em vez de trapezista”, desafiou.
Na resposta pela bancada do PS, o deputado Pedro Coimbra salientou que “em 12 meses o Governo fez muito e fez bem”, acusando o PSD de fazer de um acontecimento trágico “uma arma de arremesso político”.
“Na região Centro estão já construídas 288 habitações, em execução mais 486, e só este ano foram investidos quase 500 milhões de euros nestas habitações”, afirmou, apontando a criação recente de uma secretaria de Estado para a Valorização do Interior como mais uma medida de apoio ao setor.
O deputado do BE Carlos Matias admitiu ser necessário “fazer muito mais” nas regiões afetadas pelos incêndios de há um ano, mas questionou a quem se dirigia a declaração política da deputada Fátima Ramos.
“Quando fala em enfraquecimento dos serviços do estado fico sem saber se se estava a referir aos anos do governo PSD/CDS”, ironizou.
Na mesma linha, o deputado do PCP João Dias acusou o PSD de ter “contribuído decisivamente ao longo de várias décadas” para a degradação da floresta.
“Esta declaração política é um ato de contrição pelos milhares de malfeitorias que o PSD fez à agricultura familiar?”, questionou.
Apenas o deputado do CDS-PP Telmo Correia apoiou as críticas de Fátima Ramos ao Governo, que acusou de ter “falhado na obrigação de proteger os cidadãos” nos incêndios de 15 de outubro.
“Muito do que foram os compromissos do Governo aparenta estar por fazer”, apontou, estranhando, por exemplo, que não estejam resolvidos os problemas com o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).
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