Coimbra

PSD diz que Governo está a impor “modelo ideológico do socialismo e comunismo” 

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 03-03-2023

O presidente do PSD acusou hoje o Governo de estar a impor “o modelo ideológico do socialismo e do comunismo” de nivelar por baixo e o PS de recorrer “a estratagemas” para discutir o passado da TAP no parlamento.

Num jantar organizado pela distrital de Lisboa, na Terrugem (concelho de Sintra), para cerca de 700 pessoas, Luís Montenegro lamentou que cada vez mais pessoas em Portugal ganhem o Salário Mínimo Nacional e que a classe média esteja “cada vez mais diminuída e asfixiada”.

“É uma sociedade verdadeiramente socialista e comunista, eles estão a conseguir impor o modelo que é o modelo ideológico do socialismo e do comunismo, mas este não é o modelo que serve o interesse das pessoas, de quem trabalha e dá o seu esforço para ter um rendimento e subir na vida”, acusou, contrapondo a necessidade de “premiar o mérito” e “dar instrumentos” para que todos possam subir na vida.

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Montenegro avisou que as decisões do Governo ou a ausência destas “têm consequências” em áreas como a saúde, a ferrovia – considerando “um escândalo” o que se passou com o comboio sobrelotado na linha de Sintra – ou a TAP.

Sobre a transportadora aérea, Montenegro fez questão de responder às críticas do líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, que na quinta-feira acusou o antigo governo PSD/CDS (2011-2015) de ter sido cúmplice de uma alegada compra da TAP com recursos da companhia aérea, defendendo que esta “não foi privatizada, foi oferecida” a David Neelman.

“O Dr. Eurico tem dias que não é brilhante, como foi o caso de ontem. Há uma comissão de inquérito cujos trabalhos praticamente não arrancaram e ele já veio sentenciar”, criticou Montenegro.

O líder do PSD recordou que a comissão parlamentar de inquérito proposta pelo BE tem como objeto apreciar os atos praticados na TAP de 2020 até agora, acusando o PS de ter encontrado “um estratagema” para chamar ex-governantes à Comissão de Economia.

“Sejam claros, digam ao que vêm, sejam diretos, sejam francos. Querem fazer na comissão de Economia o que compete à comissão de inquérito, não atirem é areia para os olhos das pessoas”, apelou, dizendo que o PSD está disponível para esclarecer quer o que se passou na privatização da TAP em 2015, mas também em todos os anos seguintes.

“E aí vamos ver quem tem a responsabilidade de ter tirado às pessoas 3,2 milhões de euros para pagar um capricho ideológico que não tinha nenhuma razão de ser”, acusou, na parte mais aplaudida do seu discurso.

Na sua intervenção, Montenegro comentou ainda a recente entrevista da ex-ministra da Saúde Marta Temido à SIC, em que esta elogiou o papel do setor privado e social durante a pandemia de covid-19.

“Aquela que foi talvez a ministra da Saúde com um cunho ideológico mais estatizante e esquerdizante diz que afinal está rendida à bondade do setor social e privado. Foi pela sua mão, com o beneplácito do primeiro-ministro, que se acabaram com Parcerias Público Privadas”, criticou.

No jantar, organizado pela distrital de Lisboa e em que não esteve presente o atual presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, foram homenageados dois autarcas do PSD deste distrito e que estão no seu último mandato – Carlos Carreiras (Cascais) e Hélder Sousa Silva (Mafra).

Montenegro assegurou que irá seguir o conselho do autarca de Cascais e continuar o caminho “firme e sem pressas”: “Keep calm [tenham calma, em inglês], estamos aqui com a paciência dos democratas, sabemos que houve legislativas há um ano e o Governo só não cumprirá mandato se não tiver capacidade”, disse.

Além desse conselho, Carreiras deixou ainda outro ao líder do PSD: “Temos uma aliança para fazer, uma aliança com um grande movimento social, que é o basta. Basta de país sem rumo e sem esperança. Temos de rumar à maioria absoluta, é essa a nossa ambição”, apelou, dizendo que o PSD não precisa que lhe “arranjem casamentos”, numa aparente referência ao Chega.

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