Política
PSD diz que crise política resulta das “barafundas do Governo”
O PSD afirmou hoje que a atual crise política resulta das “barafundas do Governo” socialista, que classificou como “um corpo político em decomposição”, que está “atolado numa bolha” e é “fulcro de guerras internas entre ministros”.
“A constatação é só uma: 2022 foi um ano perdido e 2023 começa com uma crise política inesperada, curiosamente que surgiu no seio do próprio Governo”, disse o presidente da Mesa do Congresso do PSD, Miguel Albuquerque, em reação à mensagem de Ano Novo aos portugueses do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
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O chefe de Estado avisou que só o Governo e a sua maioria “podem enfraquecer ou esvaziar” a estabilidade política existente em Portugal, considerando que a maioria absoluta dá ao executivo “responsabilidade absoluta”.
O PSD, o maior partido da oposição, reagiu, declarando que o executivo liderado por António Costa não apresenta um rumo para Portugal e está “em decomposição”, com 11 governantes demitidos em nove meses.
“A atual crise política não radica, pois, nem na oposição, nem no senhor Presidente da República, mas apenas nas barafundas do Governo e o que se exige é que o Governo saia da bolha onde está atolado, olhe para Portugal real e para os problemas dos portugueses, resolva as suas disfuncionalidades e comece a governar”, afirmou Miguel Albuquerque.
O presidente da Mesa do Congresso do PSD, que é também líder da estrutura do partido na Madeira e chefe do Governo Regional de coligação PSD/CDS-PP, falava na sede social-democrata no arquipélago, no Funchal, onde transmitiu a posição do partido à mensagem de Ano Novo de Marcelo Rebelo de Sousa.
“Já não bastava a inflação, a carga fiscal elevadíssima, a guerra, a crise energética, o mau funcionamento dos serviços de saúde e da generalidade dos serviços públicos, o empobrecimento do país e das famílias, tínhamos de juntar a tudo isto um Governo que, tendo todas as condições para governar, se tornou num fulcro de casos, uns atrás dos outros, e um fulcro de guerras internas entre ministros”, disse.
Miguel Albuquerque assegurou que o PSD “continuará a assumir as suas responsabilidades como uma oposição firme e exigente e construindo todos os dias uma alternativa política a este estado de coisas”.
“Este é o tempo de o Governo resolver os seus problemas e os problemas do país e quando essa capacidade se esgotar o PSD estará presente e nunca faltará a Portugal”, sublinhou.
O dirigente social-democrata lembrou ainda que os portugueses deram maioria absoluta ao PS para formar Governo e cumprir o seu programa.
“Portanto, o que se exige – e isso chama-se responsabilidade política – é que o senhor primeiro-ministro ponha ordem no Governo, ponha o Governo a funcionar em termos orgânicos – aliás, o senhor Presidente da República chamou a atenção para esse imperativo – e que prossiga os objetivos de enfrentar os problemas que Portugal está a enfrentar neste momento”, disse.
Na mensagem de Ano Novo, gravada na Embaixada de Portugal em Brasília, já que viajou até ao Brasil para a tomada de posse do Presidente Lula da Silva, Marcelo Rebelo de Sousa disse que só o Governo e a sua maioria “podem enfraquecer ou esvaziar” a estabilidade política “ou por erros de orgânica, ou por descoordenação, ou por fragmentação interna, ou por inação, ou por falta de transparência, ou por descolagem da realidade”.
“Está ao nosso alcance tirarmos proveito, neste tempo de guerra e de instabilidade noutras paragens, da situação privilegiada de paz e de segurança, para atrairmos turismo, investimento externo e localização de recursos humanos qualificados”, defendeu.
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