Coimbra

PSD da Figueira da Foz acusa autarquia de “autoritarismo” no abate de árvores na cidade

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 14-08-2018

 O PSD da Figueira da Foz acusou hoje a autarquia socialista de “autoritarismo” nas obras de requalificação urbana em curso e alega que o executivo municipal garantiu que não haveria abate de árvores em Buarcos.

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“Em abril, aquando da poda das árvores, foi-nos garantido pelo senhor vice-presidente [Carlos Monteiro] que não haveria abate de árvores na zona envolvente ao jardim Fernando Traqueia, em Buarcos. Ou mentiu ou desconhece o projeto, mas é revelador do autoritarismo com que a Câmara Municipal trata o espaço público”, disse à agência Lusa Ricardo Silva, vereador da autarquia e presidente da concelhia do PSD.

A autarquia da Figueira da Foz vai abater árvores com várias décadas no âmbito da requalificação urbana em curso na vila de Buarcos, mas a iniciativa tem a oposição de cidadãos, que admitem impedir o corte agendado para quinta-feira.

Em causa está o abate de 16 árvores, faias, plátanos e outras espécies, com dezenas de anos, localizadas em dois espaços ajardinados frente à estação dos CTT e mercado municipal de Buarcos, que foram recentemente marcadas com cruzes vermelhas e cujo corte está agendado para a manhã de quinta-feira, confirmaram fontes da empresa responsável pelos trabalhos.

O vereador da oposição disse ainda lamentar que durante a obra de requalificação, que se iniciou em junho, “já tenham sido cortadas dezenas de palmeiras com mais de 30 anos e metrosideros”, uma árvore ornamental, nas zonas relvadas junto à marginal fronteira à praia.

“Estas espécies poderiam ter sido transplantadas, algumas já tinham sido transplantadas há 12 anos para aquele local”, recordou Ricardo Silva.

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O autarca do PSD disse ainda que o corte de árvores na cidade não se resume ao projeto de Buarcos, afirmando que “nos últimos seis anos foram cortadas dezenas de árvores e não foram repostas outras”, numa alusão a uma intervenção junto ao quartel da GNR e a uma outra que transformou um jardim num parque de estacionamento.

Ricardo Silva critica ainda o executivo PS por “não ter dialogado com ninguém”, investidores, comerciantes e população sobre as obras de requalificação urbana em curso – o investimento de 1,3 milhões de euros na qualificação da frente marítima de Buarcos e a intervenção, orçada em 2,5 milhões, na zona histórica da Figueira da Foz – para encontrar soluções para eventuais problemas.

“A obra de Buarcos foi apresentada publicamente em horário laboral, parece que foi de propósito para ninguém poder assistir. E queremos saber o que vai acontecer à estátua do Pescador, que foi construída em 1993 com dinheiros de um peditório público e ninguém sabe se fica no mesmo local”, ilustrou Ricardo Silva.

O líder do PSD da Figueira da Foz alegou que as obras de requalificação urbana “são um esbanjamento de recursos públicos”, contestando a alegada falta de estudos que suportam a sua execução, como um estudo rodoviário “para justificar o corte de ruas e estacionamentos”.

“Que objetivos se pretendem atingir com estas obras? Há outras zonas nobres do concelho ao abandono, com ruas sem passeios e estradas sem alcatrão, enquanto impera o autoritarismo, a falta de ideias e o populismo eleitoral”, criticou.

A agência Lusa tentou ouvir o presidente da autarquia da Figueira da Foz, João Ataíde. e o vice-presidente, Carlos Monteiro, que detém os pelouros do Ambiente e das Obras Municipais, mas até ao momento os contactos foram infrutíferos.

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