Ao longo do corrente ano, os Vereadores do Partido Socialista apelaram reiteradamente ao Executivo para que elaborasse e sujeitasse à votação os Avisos de Abertura de Candidaturas ao Apoio Financeiro Municipal ao Associativismo Juvenil para Atividade Permanente e para Atividade Pontual para 2022, de modo a apoiar a relevante atividade destas associações para o Município, recordam os eleitos locais do PS.
Em comunicado enviado ao Notícias de Coimbra, o PS afir,a que “estranhamente, nunca houve qualquer iniciativa por parte da maioria que governa a Câmara. Agora, unicamente por proposta dos Vereadores do Partido Socialista, e apesar do voto contra do Vereador da Juventude, as candidaturas à Atividade Permanente e à Atividade Pontual irão decorrer entre as 9h00 do dia 4 de novembro e as 17h00 do dia 21 de novembro de 2022″.
Na reunião da Câmara Municipal de Coimbra, de 12-07-2021, o então Vereador José Manuel Silva, em plena campanha eleitoral, afirmava que: “A juventude será uma das prioridades da coligação Juntos Somos Coimbra nos próximos quatro anos de governação da Câmara de Coimbra.”. Nada mais distante da realidade atual, recordam Regina Bento, Carina Gomes, José Dias e Hernâni Caniço.
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Os representantes do PS na CMC frisam que ” foi a governação do Partido Socialista que instalou, em fevereiro de 2015, o Conselho Municipal de Juventude de Coimbra, do mesmo modo que foi a governação socialista que criou um Regulamento de Apoio ao Associativismo Juvenil, com regras claras, critérios transparentes e prazos conhecidos de todos. Foi também a governação socialista que organizou inúmeros eventos com a Federação das Associações Juvenis do Distrito de Coimbra e com o Conselho Nacional de Juventude. Foi a governação socialista que participou no projeto europeu Gen-Y-City, que abriu um espaço de Co-work no Pátio da Inquisição, que criou um Orçamento Participativo Jovem, que coorganizou os Jogos Europeus Universitários e o Fórum Internacional do Parlamento Europeu de Jovens, e que sempre colocou à consideração das associações juvenis o orçamento da área da juventude nas Grandes Opções do Plano e Orçamento da Câmara Municipal”.
Segundo os opositores do atual poder local, ao longo dos últimos anos da governação socialista, a dotação atribuída ao associativismo juvenil nas GOP e Orçamento foi sendo aumentada gradualmente, como forma de estímulo à participação juvenil e submissão de projetos. A juventude foi sempre encarada como uma área transversal, que influenciava e que era influenciada por outras áreas de intervenção municipal, apesar das dificuldades dos anos de pandemia, em 2022 e 2021, em que a atividade destas associações se viu reduzida.
O Somos Coimbra sempre criticou esses montantes, que considerava insuficientes. Com tal visão, seria de esperar que, tendo completado um ano de mandato, o atual Executivo já tivesse conseguido concretizar algumas das medidas da sua política de juventude. Mas isso não aconteceu, lamentam.
“Até ao início de novembro, não houve qualquer ação da Câmara dirigida aos jovens que aqui vivem, estudam ou trabalham, exceto um conjunto de atividade lúdicas – sim, apenas atividades lúdicas – organizado na Praia do Rebolim para celebrar o Dia Internacional da Juventude. É esta, afinal, a visão do Presidente da Câmara para a juventude? Insufláveis e tiro ao alvo na Praia do Rebolim?”, questionam.
O PS diz ainda que “em 2022, não houve qualquer apoio da Câmara Municipal ao associativismo juvenil. Não houve um cêntimo de financiamento municipal atribuído às associações juvenis. Apesar dos vários alertas e apelos que os Vereadores do PS fizeram durante o ano, os Avisos de Abertura de Candidaturas para Apoio à Atividade Permanente ou para Atividade Pontual apenas foram sujeitos a votação na Reunião de Câmara de ontem porque foram elaborados e propostos pelos Vereadores do Partido Socialista e agendados para discussão por força do Regimento Interno das Reuniões da Câmara Municipal de Coimbra. Mas a medida n.º 79 do programa da mega coligação Juntos Somos Coimbra era: “Criar em Coimbra um ambiente propício às iniciativas dos jovens […], onde haja condições para […] as grandes ideias terem um caminho de concretização […]. Tornar o Conselho Municipal de Juventude de Coimbra um fórum onde se debatam e construam ideias, em vez de ser um mero carimbador das iniciativas unilaterais da Câmara Municipal.”
Os socialistas garantem que “o atual executivo não criou, até agora, qualquer condição para apoiar os jovens como o Conselho Municipal de Juventude reuniu duas vezes, tendo aí sido feitas promessas aos jovens que foram desmentidas, posteriormente, em Reunião de Câmara, pelo Vereador da área. Os jovens de Coimbra não foram apoiados, nem acarinhados pelo atual executivo. Apesar de todas as promessas feitas pelo Presidente da Câmara, os jovens de Coimbra foram abandonados”.
Os 4 autarcas do partido de António Costa acusam: Agora percebe-se o real significado do que José Manuel Silva afirmava, enquanto Vereador da oposição, na reunião de 12-07-2021: “Coimbra não é um concelho para jovens”. Onde estão os prometidos programas e dinâmicas inclusivas e inovadoras? Onde está a vida participativa e o debate ativo? Onde está o prometido Provedor da Juventude? Onde está o Presidente que teria o telefone disponível 24 horas por dia, se nem à primeira reunião do Conselho Municipal de Juventude foi para saudar os jovens?
Os socialistas estranham que “durante a votação das duas propostas apresentadas pelos Vereadores do Partido Socialista para abertura de candidaturas à Atividade Pontual e à Atividade Permanente. Ambas foram aprovadas por maioria, mas com o voto contra de Carlos Lopes, Vereador da Juventude (10 votos a favor e 1 voto contra; 9 votos a favor e 2 votos contra, respetivamente)! Pasme-se! O Vereador que, no Executivo, mais deveria trabalhar em prol da juventude, defender e apoiar os jovens votou contra a abertura de candidaturas para financiar a atividade das associações juvenis em 2022! Na proposta para a apoio à Atividade Permanente, o Vereador da Juventude ainda contou com a solidariedade de Ana Cortez Vaz, Vereadora da Educação, que também votou contra”.
Regina Bento, Carina Gomes, José Dias e Hernâni Caniço concluem que o “Presidente da Câmara isolou o Vereador da Juventude da restante mega coligação e desautorizou-o no seu trabalho, o que não é novidade, uma vez que José Manuel Silva já antes tinha retirado a Carlos Lopes as competências que lhe tinha delegado na área do associativismo cultural. Resta saber se, depois deste grave incidente, Carlos Lopes continuará a ser responsável pela área da juventude”.
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