O PS acusou hoje o Governo de ter “uma visão mercantilista” do ensino superior ao apenas aumentar o numero de vagas em Medicina para alunos estrangeiros, acusando-o de desaproveitar um investimento do anterior executivo socialista nas escolas médicas.
Numa declaração política na Assembleia da República, a vice-presidente da bancada socialista Isabel Ferreira acusou o Governo e, em particular, o ministro da Educação, Fernando Alexandre, de divulgar números “sempre de forma propagandista e não confiável” e ter tornado a fazê-lo em relação aos dados relativos às vagas de acesso ao ensino superior.
“Pela primeira vez em seis anos, não aumenta uma única vaga em Medicina: 1.594 vagas, número exatamente igual a 2024. O aumento que houve é referente às vagas para estudantes internacionais”, criticou.
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A antiga secretária do Estado referiu que o anterior Governo do PS lançou no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “um investimento de 30 milhões de euros para as Escolas médicas, com o compromisso de alargar os numerus clausus”.
“Este governo decidiu desaproveitar este investimento e, em vez de aumentar as vagas do Concurso Nacional de Acesso em prol de todos os contribuintes, encaminha o investimento para os estudantes internacionais (…) Vagas que, segundo o ministro, permitirão a cobrança de propinas elevadas aos estudantes estrangeiros. Uma visão mercantilista do Ensino Superior”, criticou.
Na fase de pedidos de esclarecimento, a vice-presidente da bancada do PSD Ana Gabriela Cabilhas considerou que o comunicado do Governo era claro e foi até publicado com dois meses de antecedência.
“Qual a razão para a medicina ser o único curso que não permite a entrada de estudantes estrangeiros?”, questionou, salientando que “este número de vagas foi articulado com as instituições”.
Por outro lado, defendeu, o Governo PSD/CDS-PP também “aumentou em 20% o número de vagas no ensino superior” para os cursos de Educação Básica.
Pelo BE, a deputada Joana Mortágua criticou o Governo por tentar encontrar “formas criativas de financiar o ensino superior”, defendendo que o importante é que garanta que o número de vagas é adequado à procura dos cursos e dessas profissões e que os alunos conseguem pagar universidade e alojamento.
A líder parlamentar do PCP, Paula Santos, defendeu que além de mais vagas para Medicina, é essencial fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde, enquanto Isabel Mendes Lopes, do Livre, alertou que este ano as vagas criadas para famílias de rendimentos mais baixos “ficaram por preencher”.
Já o Chega, através do deputado Gabriel Mithá Ribeiro, acusou PS e PSD de fazerem “uma politização inaceitável do ensino superior” e de se confundirem nesta área.
Antes, o PSD tinha dedicado a sua declaração política aos investimentos previstos pelo atual Governo no Algarve, através do deputado e candidato à Câmara Municipal de Tavira, Dinis Faísca, nas eleições autárquicas previstas para setemebro/outubro deste ano.
Em resposta ao líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, que acusou o PSD de estar desesperado por “ser a terceira força política da região”, o deputado do PSD lamentou que este não tenha falado sobre o seu círculo, Portalegre.
“Pelo Algarve, falam os algarvios”, disse, com Pedro Pinto a ironizar na resposta que, nas últimas legislativas, o PSD teve como cabeça de lista por Faro “esse grande algarvio” e agora ministro Miguel Pinto Luz, que é de Lisboa.
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