Portugal

Próxima época de incêndios vai depender da chuva que caia até maio

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 09-03-2022

O presidente da Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais (AGIF) disse hoje que a próxima época de incêndios vai “depender muito da quantidade de chuva” que caia até maio, considerando que a situação de seca melhorou.

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“O Instituto Português do Mar e da Atmosfera [IPMA] esteve presente na reunião e atualizou a projeção de seca tendo revisto em baixa o risco, isto é, a situação não é tão preocupante como era há uma semana”, disse à agência Lusa Tiago Oliveira.

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Num encontro presidido pelo primeiro-ministro, António Costa, o Conselho de Coordenação da AGIF, do qual fazem parte as várias entidades envolvidas no sistema de gestão dos fogos rurais, esteve hoje reunido para preparar a próxima época de incêndios e fazer o balanço 2021.

No final da reunião, o presidente da AGIF sublinhou, em declarações à Lusa, que a chuva prevista para este mês de março vai permitir “dar alguma folga”.

“A campanha de incêndios vai depender muito da quantidade de chuva que vai ocorrer até ao final do mês de maio ou junho. Os receios que podia ser uma coisa muito difícil estão ultrapassados, mas não estão resolvidos, isto é, a perigosidade baixou, mas ainda existe”, afirmou.

Tiago Oliveira considerou que existia uma grande preocupação, tendo em conta os fogos e a área consumida nos dois primeiros meses do ano, mas a chuva prevista para março vai permitir recuperar “um pouco os níveis de água, humidade e água no solo”.

“Temos de estar atentos. Nesta reunião foi feito um ponto de situação, atendendo ao perfil e à dinâmica de um ano climatológico mais seco. Estamos a prepararmos para o pior, mas esperando sempre o melhor”, sustentou.

Na reunião de hoje as principais entidades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR) apresentaram um conjunto de ações críticas e iniciativas prioritárias para preparação da próxima época de incêndios, tendo em conta a situação de seca que o país atravessa, os fogos dos dois primeiros meses do ano e as previsões meteorológicas apresentadas.

Num comunicado divulgado após a reunião, a AGIF destaca como iniciativas prioritárias a identificação “dos locais com maior exposição e pontos críticos, com base em mapas de perigosidade do território, incorporando adicionalmente e de forma dinâmica as previsões meteorológicas”, a redução da vulnerabilidade das aldeias através do aumento de número de aldeias envolvidas no Programa Aldeia Segura, Pessoas Seguras, contando com a mobilização dos municípios.

Sobre os locais com maior exposição e pontos críticos, Tiago Oliveira explicou que vai passar a existir um mapa com o dano potencial, que permite quantificar o valor das infraestruturas e das florestas “para se saber quanto é que se perdeu num incêndio”.

O presidente da AGIF disse também que já seguiu para publicação em Diário da República o “mapa de perigosidade”, que contém as freguesias de risco elevado de incêndio, considerando tratar-se de uma “ferramenta que permite identificar os locais de maior exposição, de dano potencial ou outros pontos críticos que podem gerar um grande fogo”.

“Reduzir a vulnerabilidade de cidades, infraestruturas críticas e áreas de alto valor, com intervenções em escala na gestão da vegetação, gerir ativamente os mosaicos com fogo de gestão de combustível, tratamentos mecânicos e remoção de biomassa, comunicar e envolver comunidades locais no esforço de redução das ignições e da exposição ao risco, reduzindo a probabilidade de ocorrências em dias e locais críticos e gerir recursos de vigilância, deteção, dissuasão, supressão e gestão de emergência de forma coordenada, eficaz e eficiente” são outras das ações que vão ser desenvolvidas citadas pela AGIF.

Tiago Oliveira afirmou que, à semelhança do que aconteceu em 2021, vai existir também este ano um reforço nas ações de formação dos operacionais envolvidos no dispositivo de combate aos incêndios florestais.

“A estratégia passa por reduzir a probabilidade de grandes incêndios, preparar as aldeias e criar esta dinâmica de gestão da vegetação à volta das casas”, frisou, apelando para que as pessoas comecem a limpar os terrenos juntos às suas habitações.

Além do primeiro-ministro, têm assento no Conselho de Coordenação da AGIF os ministros de Estado, Economia e Transição Digital, da Defesa Nacional, da Administração Interna, do Ambiente e Ação Climática, da Agricultura, das Infraestruturas e Habitação, o secretário de Estado-Adjunto do primeiro-ministro, Estado-Maior General das Forças Armadas, Estado-Maior da Força Aérea, Autoridade Aeronáutica Nacional, Comandante-Geral da GNR, diretor da PJ e presidentes da AGIF, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, do IPMA, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, bem como o vice-presidente das Infraestruturas de Portugal e o secretário-geral da Presidência do Conselho de Ministros.

O Conselho de Coordenação da AGIF tem como funções a articulação e coordenação, a nível nacional, das entidades públicas envolvidas no SGIFR e pronunciar-se sobre medidas de política e estratégia no âmbito do Sistema.

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