Cidade
Provedoria do Ambiente defende aproveitamento de palmeiras abatidas por causa do escaravelho
O Rynchophorus ferrugineus Olivier, inseto patogénico específico de várias espécies de palmeiras, mais conhecido por “escaravelho das palmeira”, tem vindo a atacar sistematicamente algum do património secular vivo com elevado interesse paisagístico, cénico e cultural, no município de Coimbra. O ataque resulta em estragos localizados no interior da palmeira, ao nível da coroa, espique e palmas jovens e tem como consequência última a morte do hospedeiro.
Segundo a Provedoria do Ambiente e da Qualidade de Vida Urbana de Coimbra foram perpetrados vários esforços por parte do município para o tratamento fitossanitário e resgate de algumas palmeiras infetadas por este agente, nomeadamente os exemplares da Avenida Sá da Bandeira e do Parque Dr. Manuel Braga, e desenvolvida uma estratégia de combate a esta “praga”.
De acordo com informação enviada por Massano Cardoso, a Provedoria reconhece que o método de tratamento foi eficaz em alguns casos, no entanto, dada a agressividade, a resistência e o modo de atuação no processo de infeção deste agente, foi impossível salvar alguns dos exemplares mais antigos e mais emblemáticos da cidade, caso das palmeiras na Avenida Sá da Bandeira.
À data do desenho da estratégia de combate ao Rynchophorus ferrugineus, a Provedoria do Ambiente reconheceu o esforço de combate encetado pelo município de Coimbra, tendo vigorosamente apoiado a sua aplicação.
Verificada a impossibilidade de salvar muitos destes exemplares foram abatidos, no decorrer do ano de 2013, várias palmeiras que sucumbiram à infeção, permanecendo nos locais os cepos desses exemplares. Este é um património irrecuperável, no entanto passível de permanecer na memória futura da cidade. Para tal, a Provedoria do Ambiente e da Qualidade de Vida Urbana de Coimbra sugere a transformação dos cepos destas palmeiras em canteiros (escavados no próprio cepo) onde poderão ser plantadas Chamaerops humilis, a única palmeira autóctone na Europa, e presente no sul de Portugal, conhecida por palmeira anã.
Desta forma, a Provedoria do Ambiente e da Qualidade de Vida Urbana de Coimbra defende que a memória da cidade permaneceria com a presença de palmeiras, não se perdendo a identidade do local, assegurando a representação original do espaço para gerações futuras.
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