Coimbra
Proprietários asseguram georreferenciação em aldeia da Pampilhosa da Serra
Os moradores de Trinhão, no concelho da Pampilhosa da Serra, realizaram o levantamento dos seus terrenos no âmbito de um projeto de georreferenciação apoiado pela Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), foi hoje anunciado.
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“As gerações vindouras, aconteça o que acontecer, têm já esse trabalho feito”, com vantagens para a prevenção dos incêndios e para a segurança de pessoas e bens, disse à agência Lusa Jorge Custódio, vice-presidente da Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra.
A identificação e delimitação virtual das propriedades rústicas de Trinhão, na freguesia da Portela do Fojo e Machio, foram efetuadas por um grupo de cidadãos, com ajuda de dois alunos da ESAC que desenvolveram na aldeia o estágio curricular da licenciatura em Ciências Florestais e Recursos Naturais.
Ao abrigo do projeto, foi concretizado um trabalho de georreferenciação que assegura “um Trinhão limpo e protegido de futuros incêndios”, segundo um comunicado da Câmara da Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra.
“Na génese do projeto ‘Trinhão no Mapa’, está o terrível fogo que, entre outras localidades, devastou o concelho da Pampilhosa da Serra”, em junho de 2017, acrescenta.
Trata-se de “um projeto verdadeiramente inspirador”, desenvolvido pela Associação Trinhaense de Desenvolvimento e Solidariedade (ATDS) através da plataforma Balcão Único do Prédio (BUPi), criada pelo Governo, pela lei 78/2017 de 17 de agosto, “para permitir a identificação de propriedades de forma gratuita” até 31 de outubro.
“A ideia de ter Trinhão no mapa ganhou ainda mais força após sair legislação que acabaria por incluir Pampilhosa da Serra entre os municípios piloto para a georreferenciação, ou seja, para a localização dos terrenos no mapa”, segundo a nota da autarquia liderada por José Brito.
O BUPi permite o acesso ao Sistema de Informação Cadastral Simplificada para georreferenciação dos prédios rústicos em 10 municípios que integram o projeto-piloto: Alfândega da Fé e Caminha, além de oito concelhos atingidos pelo fogo de 17 de junho de 2017 – Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela, Proença-a-Nova e Sertã.
“Em Trinhão, ao longo de um mês e meio, os futuros engenheiros, com a colaboração da ATDS e das gentes locais, conseguiram identificar 60 proprietários e 600 matrizes, das quais 300 estão já georreferenciadas”, salienta ainda a autarquia.
Jorge Custódio realçou à Lusa que o trabalho efetuado facilita a intervenção futura na limpeza dos terrenos, bem como a prevenção e combate de eventuais incêndios, “com responsabilização de todos os proprietários”.
O autarca do PSD ressalvou, no entanto, que o prazo até 31 de outubro, fixado na lei para fazer o cadastro dos terrenos nos 10 concelhos abrangidos pelo projeto-piloto, “é manifestamente pouco”.
“Num ano, não se consegue fazer todo o trabalho que devia estar feito há 30 ou 40 anos”, afirmou.
O Governo “deve estender o prazo”, pois, caso contrário, “a grande maioria dos prédios fica de fora na mesma”, defendeu Jorge Custódio.
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