Coimbra

Projeto para tirar carros da Alta de Coimbra passou a ser “não prioritário”

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 horas atrás em 06-02-2025

 O projeto da Câmara de Coimbra que previa uma requalificação urbana na Alta com o objetivo de reduzir a presença de carros na zona passou a ser considerado não prioritário, face às críticas que recebeu da Universidade.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

publicidade

“Considerando as posições não muito favoráveis, o projeto foi considerado como não prioritário”, disse à agência Lusa a vereadora da Câmara de Coimbra com a pasta da mobilidade, Ana Bastos.

Apesar disso, a responsável defendeu que o projeto tem coerência, fundamento e princípios válidos, mas que terá de ser revisto.

Durante a discussão pública do estudo prévio, a Universidade de Coimbra, instituição que tem como objetivo atingir a neutralidade carbónica até 2030, criticou algumas das propostas do projeto. A requalificação urbanística mereceu também críticas de arquitetos da instituição e da Comissão de Trabalhadores.

“Se a Universidade de Coimbra não se revê nos princípios, não podemos impor soluções. Temos de ouvir as pessoas e conseguir um consenso”, disse Ana Bastos, afirmando que o projeto, apesar de deixar de ser considerado prioritário, “não é abandonado”.

Segundo a vereadora, o princípio de base do estudo “era tirar carros”, mas a discussão pública obrigou o município a rever a solução, já que “os pareceres não foram simpáticos”.

“Este era um projeto para aquela entidade [Universidade de Coimbra] e não faria sentido executar e desenvolver um projeto em que o beneficiário, que é a UC”, não estaria de acordo, afirmou, referindo que o executivo optou por dar atenção a outros projetos “completamente consensuais”.

O estudo prévio, que foi debatido em fevereiro de 2024, em reunião do executivo, propunha uma redução significativa do estacionamento na Alta Universitária, nomeadamente nos lugares existentes junto ao largo da Porta Férrea e da zona central do Largo D. Dinis e na zona da Rotunda do Papa, propondo que todo o estacionamento na zona deveria passar a ser pago.

O projeto previa ainda que o acesso à Alta passasse a fazer-se somente pela rua Padre António Vieira e a calçada Martim de Freitas passaria a ser apenas de sentido descendente, libertando espaço para se aumentar passeios e criar uma ciclovia que poderia ser estendida, no futuro a Celas.

Em abril de 2024, o vice-reitor da Universidade de Coimbra (UC) Alfredo Dias disse à agência Lusa que haveria “muitas coisas para serem melhoradas” na proposta do município, vincando que seria preciso respeitar “o que foi feito há um ano, há cinco anos, há dez anos, há 70 anos e há 700 anos”.

Na sessão de discussão pública promovida pela autarquia, vários arquitetos associados ao Departamento de Arquitetura da UC criticaram o estudo por prever plantação de árvores, considerando que taparia a monumentalidade dos edifícios construídos durante o Estado Novo.

Na sessão, foi defendida a manutenção do plano de pormenor do arquiteto Gonçalo Byrne, projeto elaborado há cerca de 20 anos e em que era proposto um estacionamento subterrâneo debaixo do Largo D. Dinis.

Gonçalo Byrne foi também autor de um parecer da UC para o estudo prévio do município.

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE