Região

Projeto Inpactus envolveu mais de 200 investigadores e originou 37 novas patentes

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 19-10-2022

O projeto Inpactus – produtos e tecnologias inovadores a partir do eucalipto, que envolveu um investimento de 14,6 milhões de euros, deu origem a 37 novas patentes e já tem quatro produtos em fase de comercialização.

O projeto foi desenvolvido em copromoção entre a The Navigator Company, o RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel, a Universidade de Coimbra e a de Aveiro, e é o resultado do investimento em Portugal num projeto de I&D no domínio da bioeconomia de base florestal, rumo à descarbonização e a uma economia mais sustentável, circular e competitiva.

Ao longo de quatro anos e nove meses, o Inpactus permitiu a “produção de conhecimento com impacto económico, evidenciado pelas 37 patentes submetidas ou em preparação, pelos 66 protótipos e 114 provas de conceito gerados pelo consórcio, bem como pelos produtos inovadores e diferenciadores criados”, disse hoje na sessão de apresentação dos resultados do projeto, no Biocant, em Cantanhede, o diretor executivo da The Navigator Company, António Redondo.

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Destes produtos, pelo menos quatro já se encontram em fase de comercialização, três produtos de papel higiénico-sanitário e outro de papel de embalagem ‘kraftliner’ produzido a partir de pasta de alto rendimento, mas também oito potenciais novos produtos e negócios no domínio da bioeconomia de base florestal.

A “promoção de uma nova geração de bioprodutos”, a criação de “produtos inovadores e diferenciadores”, tal como o “desenvolvimento de potenciais novos negócios” são alguns dos principais contributos deste projeto.

De acordo com a Navigator, outro dos resultados foi o desenvolvimento de processo inovador de produção de pastas de alto rendimento que deu origem à nova gama de papéis para embalagem, a “gKraft”, uma alternativa aos produtos de origem fóssil, para além de materiais inovadores já em fase de comercialização ou pré-comercialização para o mercado da higiene e saúde, como os produtos “tissue” com aditivos (perfumes, suavizantes ou antibacterianos).

“No domínio dos novos bioprodutos, num contexto de bioeconomia circular e biorrefinaria integrada numa fábrica de pasta e papel, são também vastos os exemplos de resultados deste projeto que demonstram o potencial de produtos inovadores, alternativos aos produtos de origem fóssil, que podemos retirar da floresta plantada de eucalipto”, notou António Redondo.

Por exemplo, o desenvolvimento de bioprodutos, como biocompósitos à base de celulose e bioplásticos, com potencial utilização em indústrias tão diversas como a injeção e moldagem de plásticos, filamentos para impressão três dimensões (3D) e indústria têxtil.

“Os produtos bioativos e essências a partir da biomassa florestal têm também potencial de aplicação na área farmacêutica, na cosmética e nos produtos de higiene, em ingredientes de alimentação animal ou na nutracêutica. Nesta última aplicação já com comprovados benefícios a vários níveis, nomeadamente ação anti-inflamatória, antienvelhecimento da pele e atividade prebiótica”, explica uma nota de imprensa.

Existem outros projetos promissores em fase de demonstração industrial, como novas argamassas e cimentos ecológicos com integração de cinzas das caldeiras de biomassa, assim como aplicações da lenhina, um subproduto do processo industrial, para aplicação em espumas de poliuretano, adesivos e compósitos.

Entre os resultados, estão também os biocombustíveis a partir dos sobrantes da biomassa florestal, através de diferentes tecnologias.

O Inpactus, que envolveu mais de 200 investigadores, deu origem a 140 publicações científicas internacionais publicadas ou submetidas para publicação.

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