Universidade
Programa da Universidade de Coimbra com impacto positivo na depressão pós-parto
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu um programa de intervenção psicológica ‘online’, que demonstrou ter impactos positivos em mulheres pós-parto, revelou hoje aquela instituição de ensino superior.
“O programa de intervenção psicológica online ‘Be a Mom’, destinado à prevenção da depressão pós-parto e à promoção da saúde mental materna, demonstrou ter impactos positivos na vida das cerca de 1.500 mulheres que participaram no estudo randomizado de avaliação da eficácia”.
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Numa nota de imprensa enviada à agência Lusa, a UC destacou que o programa, liderado por Ana Fonseca e Maria Cristina Canavarro, tem “impactos positivos na regulação emocional e na autocompaixão em mulheres que apresentavam maior risco para desenvolver depressão pós-parto, reduzindo a sintomatologia depressiva e ansiosa”.
Impactou também “positivamente a saúde mental em mães com menor propensão para a depressão pós-parto”.
Para o projeto, as mulheres foram divididas em dois grupos: um com mulheres que apresentavam mais fatores de risco (como ter pouco apoio social, ter história prévia de depressão ou ansiedade, ou ter existido alguma complicação de saúde durante a gravidez/parto ou com o bebé) e outro com mulheres que demonstravam menores fatores de risco para o desenvolvimento de depressão pós-parto.
O primeiro grupo, composto por 1.053 mulheres com fatores de risco, foi subdividido em um conjunto de mulheres que utilizaram o ‘Be a Mom’ e outro composto por mulheres que não fizeram uso do programa.
De acordo com a psicóloga clínica e investigadora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC) e do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) Ana Fonseca, as 542 utilizadoras do programa apresentaram “uma redução significativa de sintomas de ansiedade e de depressão” durante e após a sua utilização.
Apresentaram ainda “uma melhoria significativa na sua capacidade de regulação emocional, na flexibilidade psicológica e na autocompaixão – estes são processos psicológicos importantes cuja promoção se associou à redução dos sintomas de depressão e ansiedade neste grupo”.
Quanto às 511 mulheres que não utilizaram o ‘Be a Mom’, “as mudanças da sintomatologia depressiva foram pequenas ou, em alguns casos, inexistentes, tendo revelado apenas melhorias na autocompaixão, embora cerca de cinco vezes menos quando comparado com as utilizadoras” do programa.
No grupo composto por mulheres com menos fatores de risco para a depressão pós-parto participaram 367 mulheres, também elas subdivididas em utilizadoras e não utilizadoras do ‘Be a Mom’.
No caso das utilizadoras, “191 reportaram um grande aumento na saúde mental positiva (entendida como bem-estar psicológico e social, satisfação com a vida), enquanto apenas 09% das participantes que não usaram o programa apresentaram melhorias na saúde mental”, explicou Ana Fonseca.
Na avaliação feita pelas participantes que utilizaram o programa, foi possível constatar que “85% das participantes recomendariam o programa a outras mulheres e que 76,5% das mulheres voltaria a utilizar o ‘Be a Mom’, se necessário”.
‘Be a Mom’ é uma ferramenta de intervenção psicológica, que tem como objetivo central “reduzir os sintomas depressivos das mulheres depois de se tornarem mães”.
Segundo a investigadora, promove a saúde mental materna no pós-parto, que acaba por refletir-se positivamente no desenvolvimento e bem-estar da criança.
Embora algumas mulheres tenham fatores de risco que as colocam numa posição mais vulnerável para o desenvolvimento de depressão pós-parto, este “é um problema de saúde mental que pode afetar qualquer mulher durante a maternidade”.
“Além disso, mesmo aquelas que não desenvolvem este quadro clínico podem beneficiar de um conjunto de estratégias para promover a sua saúde mental e o seu bem-estar neste período”, sustentou.
Por isso, Ana Fonseca vincou a importância de existirem intervenções efetivas ‘online’ e acessíveis a todas as mulheres, que respondam a um “problema de saúde pública” que, segundo dados internacionais, “afeta uma em cada sete mulheres”.
O “Be a Mom” (https://beamom.pt/) é um programa autoguiado, composto por cinco módulos (mudanças na maternidade e emoções; pensamentos; valores e relações com os outros; relação de casal; sinais de alerta e balanço final) e conta também com informação psicoeducativa em diferentes formatos e com exercícios personalizados.
Esta intervenção ‘online’ foi criada no âmbito do projeto de investigação “Be a Mom Trial – um programa de intervenção psicológica ‘online’ para promover a saúde mental materna: resultados de eficácia e compreensão de mecanismos de mudança em mulheres de alto-risco e de baixo-risco para depressão pós-parto”, financiado pelo Centro 2020 e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Além das investigadoras principais, Ana Fonseca e Maria Cristina Canavarro, a equipa do projeto é constituída por Anabela Araújo-Pedrosa, Carlos Carona, Fabiana Monteiro e Marco Pereira, contando ainda com a colaboração da Redlight Software, uma empresa de Coimbra na área da tecnologia.
A apresentação e discussão dos principais resultados do programa “Be a Mom” terá lugar sexta-feira, em sessão ‘online’, em
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu um programa de intervenção psicológica ‘online’, que demonstrou ter impactos positivos em mulheres pós-parto, revelou hoje aquela instituição de ensino superior.
“O programa de intervenção psicológica online ‘Be a Mom’, destinado à prevenção da depressão pós-parto e à promoção da saúde mental materna, demonstrou ter impactos positivos na vida das cerca de 1.500 mulheres que participaram no estudo randomizado de avaliação da eficácia”.
Numa nota de imprensa enviada à agência Lusa, a UC destacou que o programa, liderado por Ana Fonseca e Maria Cristina Canavarro, tem “impactos positivos na regulação emocional e na autocompaixão em mulheres que apresentavam maior risco para desenvolver depressão pós-parto, reduzindo a sintomatologia depressiva e ansiosa”.
Impactou também “positivamente a saúde mental em mães com menor propensão para a depressão pós-parto”.
Para o projeto, as mulheres foram divididas em dois grupos: um com mulheres que apresentavam mais fatores de risco (como ter pouco apoio social, ter história prévia de depressão ou ansiedade, ou ter existido alguma complicação de saúde durante a gravidez/parto ou com o bebé) e outro com mulheres que demonstravam menores fatores de risco para o desenvolvimento de depressão pós-parto.
O primeiro grupo, composto por 1.053 mulheres com fatores de risco, foi subdividido em um conjunto de mulheres que utilizaram o ‘Be a Mom’ e outro composto por mulheres que não fizeram uso do programa.
De acordo com a psicóloga clínica e investigadora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC) e do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) Ana Fonseca, as 542 utilizadoras do programa apresentaram “uma redução significativa de sintomas de ansiedade e de depressão” durante e após a sua utilização.
Apresentaram ainda “uma melhoria significativa na sua capacidade de regulação emocional, na flexibilidade psicológica e na autocompaixão – estes são processos psicológicos importantes cuja promoção se associou à redução dos sintomas de depressão e ansiedade neste grupo”.
Quanto às 511 mulheres que não utilizaram o ‘Be a Mom’, “as mudanças da sintomatologia depressiva foram pequenas ou, em alguns casos, inexistentes, tendo revelado apenas melhorias na autocompaixão, embora cerca de cinco vezes menos quando comparado com as utilizadoras” do programa.
No grupo composto por mulheres com menos fatores de risco para a depressão pós-parto participaram 367 mulheres, também elas subdivididas em utilizadoras e não utilizadoras do ‘Be a Mom’.
No caso das utilizadoras, “191 reportaram um grande aumento na saúde mental positiva (entendida como bem-estar psicológico e social, satisfação com a vida), enquanto apenas 09% das participantes que não usaram o programa apresentaram melhorias na saúde mental”, explicou Ana Fonseca.
Na avaliação feita pelas participantes que utilizaram o programa, foi possível constatar que “85% das participantes recomendariam o programa a outras mulheres e que 76,5% das mulheres voltaria a utilizar o ‘Be a Mom’, se necessário”.
‘Be a Mom’ é uma ferramenta de intervenção psicológica, que tem como objetivo central “reduzir os sintomas depressivos das mulheres depois de se tornarem mães”.
Segundo a investigadora, promove a saúde mental materna no pós-parto, que acaba por refletir-se positivamente no desenvolvimento e bem-estar da criança.
Embora algumas mulheres tenham fatores de risco que as colocam numa posição mais vulnerável para o desenvolvimento de depressão pós-parto, este “é um problema de saúde mental que pode afetar qualquer mulher durante a maternidade”.
“Além disso, mesmo aquelas que não desenvolvem este quadro clínico podem beneficiar de um conjunto de estratégias para promover a sua saúde mental e o seu bem-estar neste período”, sustentou.
Por isso, Ana Fonseca vincou a importância de existirem intervenções efetivas ‘online’ e acessíveis a todas as mulheres, que respondam a um “problema de saúde pública” que, segundo dados internacionais, “afeta uma em cada sete mulheres”.
O “Be a Mom” (https://beamom.pt/) é um programa autoguiado, composto por cinco módulos (mudanças na maternidade e emoções; pensamentos; valores e relações com os outros; relação de casal; sinais de alerta e balanço final) e conta também com informação psicoeducativa em diferentes formatos e com exercícios personalizados.
Esta intervenção ‘online’ foi criada no âmbito do projeto de investigação “Be a Mom Trial – um programa de intervenção psicológica ‘online’ para promover a saúde mental materna: resultados de eficácia e compreensão de mecanismos de mudança em mulheres de alto-risco e de baixo-risco para depressão pós-parto”, financiado pelo Centro 2020 e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Além das investigadoras principais, Ana Fonseca e Maria Cristina Canavarro, a equipa do projeto é constituída por Anabela Araújo-Pedrosa, Carlos Carona, Fabiana Monteiro e Marco Pereira, contando ainda com a colaboração da Redlight Software, uma empresa de Coimbra na área da tecnologia.
A apresentação e discussão dos principais resultados do programa “Be a Mom” terá lugar sexta-feira, em sessão ‘online’.
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