Coimbra
Professores concluem que ensino à distância agravou desigualdades entre alunos
Um estudo da Universidade do Minho concluiu que os professores consideram que o ensino à distância agravou as desigualdades entre alunos face às suas aprendizagens, tendo sido mais penalizante para aqueles que beneficiavam de medidas de inclusão educativas.
Segundo o estudo, hoje divulgado publicamente, 80% dos 280 professores que participaram no inquérito aludiram a uma redução efetiva ao nível das aprendizagens, enquanto 70,3% se manifestaram convictos de que o ensino à distância foi mais penalizante para os alunos que beneficiavam de medidas de inclusão educativas.
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O mesmo estudo revela que 91,4% dos professores inquiridos se queixam que aumentou o seu trabalho burocrático dos professores, ficando pelos 48,5% os que consideram que os alunos tiveram acesso aos recursos necessários.
Em causa está o estudo nacional “Perceções dos professores sobre o ensino à distância”, coordenado pela Universidade do Minho, que contou com a participação de 280 docentes e que hoje é apresentado publicamente.
Os dados foram recolhidos em janeiro de 2021, através de inquérito por questionário.
Os professores concordam que a escola tenha adquirido mais protagonismo social (50,6%), revelando satisfação pessoal (44,2%) e profissional (37,9%).
Porém, discordam da adequação das medidas tomadas pelo Ministério da Educação (43,9%) e da ideia de que a pandemia tenha contribuído para a valorização da profissão docente (41,1%).
No que diz respeito à contribuição ou não da pandemia para a necessidade de serem alteradas práticas curriculares, os professores concordam com a valorização da educação para a cidadania (79,2%), sobretudo com a educação para a cidadania centrada em problemas que afetam os alunos, ao nível global (72,9%) e ao nível local (70%).
Concordam também com a necessidade de adaptar o currículo ao contexto dos alunos (70%).
São favoráveis à necessidade de serem alteradas as práticas curriculares que tendem a valorizar os resultados escolares (66,4%) e à necessidade de a escola ser dotada de autonomia curricular (54,3%).
Reconheceram ainda que a pandemia é um “momento único” para a consciencialização dos alunos relativamente ao tema das mudanças climáticas (53,5%).
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