Educação
Professora Maria Irene Ramalho vence Prémio Vergílio Ferreira 2024
Imagem: Universidade de Coimbra
A catedrática Maria Irene Ramalho da Universidade de Coimbra conquistou hoje o Prémio Vergílio Ferreira 2024 da Universidade de Évora, pelo seu contributo para “o diálogo entre a literatura portuguesa e as literaturas Anglo-Saxónicas”, revelou a academia alentejana.
Professora catedrática jubilada da Secção de Estudos Anglo-Americanos do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde foi coordenadora científica dos programas de doutoramento em Estudos Americanos, Maria Irene Ramalho é, desde 1999, ‘international affiliate’ do Departamento de Literatura Comparada da Universidade de Wisconsin-Madison, onde leciona regularmente como professora visitante.
Em comunicado enviado à agência Lusa, a Universidade de Évora (UÉ) anunciou que o júri, reunido hoje, decidiu atribuir o prémio por unanimidade a Maria Irene Ramalho, “pelo seu contributo para o incremento do diálogo entre a literatura portuguesa e as literaturas Anglo-Saxónicas e em geral pela internacionalização da literatura portuguesa”.
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Maria Irene Ramalho “tem publicado extensamente, em português e em inglês, sobre temas de literatura e cultura de expressão inglesa, com especial incidência na poesia dos Estados Unidos”, acrescenta o comunicado da UÉ, sublinhando o seu trabalho ensaístico sobre estudos americanos, literatura comparada, teoria poética, estudos culturais e estudos feministas.
“Entre as suas atuais áreas de maior interesse, destacam-se os estudos sobre o Modernismo e a Modernidade, estudos comparados sobre poesia, poética e filosofia, teorias dos estudos americanos e teorias do feminismo”, descreve ainda a UÉ, recordando que a vencedora do Prémio Vergílio Ferreira faz ainda parte do conselho editorial de “várias revistas de literatura e cultura”.
Entre os livros mais recentes de Maria Irene Ramalho contam-se “Fernando Pessoa and the Lyric. Disquietude, Rumination, Interruption, Inspiration, Constellation”, publicado pela editora norte-americana Lexington Books, em 2022, e “Fernando Pessoa e outros fingidores”, pela portuguesa Tinta-da-China, em 2021.
“Europe and America. An Age-Old Relationship Revisited” (2017), “A Revista Crítica de Ciências Sociais e o Feminismo” (2018), “Zombo: A musa incansável de Alberto Pimenta” (2019), “Eukié: Maria Velho da Costa and the Absurd” (2019), “‘What’s in a Name?’ Utopia – Sociology – Poetry” (2020), sobre a poesia de Ana Luísa Amaral, e “Os nadas de Emily Dickinson” (2020), sobre “Poemas envelope”, da autora norte-americana, estão igualmente entre os seus mais recentes trabalhos.
Em 2008, Maria Irene Ramalho recebeu o Prémio Mary C. Turpie, da American Studies Association.
O júri do Prémio Literário Vergílio Ferreira 2024 foi presidido pelo professor da Universidade de Évora Antonio Sáez Delgado, acompanhado dos docentes universitários Joana Matos Frias, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, António Apolinário Lourenço, da Universidade de Coimbra, Elisa Nunes Esteves, da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora, e do crítico literário Ricardo Viel.
Instituído pela UÉ em 1996, para homenagear o escritor que lhe dá o nome, o Prémio Literário Vergílio Ferreira destina-se a galardoar anualmente o conjunto da obra literária de um autor de língua portuguesa relevante nos domínios da ficção e/ou do ensaio.
A cerimónia de entrega do galardão está agendada para 01 de março, data em que se assinala o aniversário da morte do autor de “Aparição” e “Até ao Fim”, o escritor Vergílio Ferreira (1916-1996), patrono do prémio.
O Prémio Vergílio Ferreira foi atribuído, pela primeira vez, a Maria Velho da Costa, seguindo-se os autores Maria Judite de Carvalho, Mia Couto, Almeida Faria, Eduardo Lourenço, Óscar Lopes, Vítor Manuel de Aguiar e Silva, Agustina Bessa-Luís, Manuel Gusmão, Fernando Guimarães, Vasco Graça Moura, Mário Cláudio, Mário de Carvalho, Luísa Dacosta, Maria Alzira Seixo, José Gil, Hélia Correia, Ofélia Paiva Monteiro, Lídia Jorge, João de Melo, Teolinda Gersão, Gonçalo M. Tavares, Nélida Piñon, Carlos Reis, Ana Luísa Amaral e Helena Carvalhão Buescu.
Em 2023, o Prémio Vergílio Ferreira distinguiu o escritor angolano Ondjaki.
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