Justiça
Procuradoria-Geral está “atenta” ao fenómeno e aponta gravidade de alguns casos
A Procuradoria-Geral da República (PGR) referiu hoje que “os ataques informáticos são realidades” às quais o seu Gabinete Cibercrime “tem estado atento nos últimos anos, não tanto pelo número de situações denunciadas, mas pela gravidade de que alguns casos se revestem”.
Em resposta hoje enviada à agência Lusa após o recente ataque informático à operadora de comunicações Vodafone, a PGR sublinha que relativamente à evolução da cibercriminalidade, o Gabinete de Cibercrime da PGR divulga com regularidade notas informativas nas quais descreve e caracteriza as denúncias recebidas, a última das quais é referente ao ano de 2021.
“Esta informação resulta da análise das denúncias que lhe chegam diretamente. Pela leitura da informação disponível até ao momento, pode-se constatar que têm vindo a ser denunciadas situações de `ransomware´ que têm vitimado sobretudo pequenas e médias empresas”, esclarece a PGR.
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Contudo – indica a PGR – “os designados ataques informáticos, ou seja situações de intrusões externas em sistemas, não se encontram entre as situações referidas como mais frequentes”.
“Assim, os ataques informáticos são realidades às quais o Gabinete Cibercrime tem estado atento nos últimos anos, não tanto pelo número de situações denunciadas mas pela gravidade de que alguns casos se revestem”, vincou a PGR.
Entretanto, o coordenador da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da PJ, Carlos Cabreiro, disse na terça-feira que o organismo está a investigar um único crime informático no ciberataque à Vodafone, em colaboração com entidades internacionais, mas também com os serviços secretos, e considera “prematuro” associar este ataque a outros ocorridos recentemente.
O responsável adiantou também que todas as hipóteses estão em aberto, admitindo-se um ataque a título individual ou uma ação de grupo concertada, com ligação a ciberataques recentes em Portugal, ou não.
Os principais objetivos da investigação neste momento são perceber as motivações do ataque, a recolha de prova, “que neste caso em concreto tem especificidades e depende de alguma especialização associada ao uso das novas tecnologias”, e apurar se dados pessoais e informação confidencial foram eventualmente comprometidos.
A operadora Vodafone assumiu na terça-feira ter sido alvo de um ciberataque na segunda-feira, adiantando não ter indícios de que os dados de clientes tenham sido acedidos e/ou comprometidos, estando determinada em repor a normalidade dos serviços.
O ataque informático à Vodafone Portugal afetou os ATM da rede Multibanco e serviços essenciais que dependem desta rede, como o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e alguns bombeiros.
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