Justiça
Procuradora-Geral da República recusa esclarecer se foi a Belém após sugestão de António Costa ao Presidente da República
A Procuradora-Geral da República recusou hoje esclarecer se foi recebida pelo Presidente da República por sugestão do primeiro-ministro, António Costa, depois de serem conhecidas as buscas e detenções da Operação Influencer.
“Fui a Belém a solicitação do senhor Presidente da República. Não vou naturalmente revelar o teor dessa conversa. É o senhor Presidente da República que me nomeia e, portanto, é absolutamente normal que queira comigo conversar sobre temas relevantes para o desenvolvimento da atividade da Procuradoria-Geral da República”, afirmou.
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Em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência sobre violência doméstica na sede da Polícia Judiciária, em Lisboa, Lucília Gago quebrou pela primeira vez – desde 07 de novembro – o silêncio sobre a investigação do processo Operação Influencer, cujo impacto se traduziu na demissão de António Costa e na dissolução da Assembleia da República, com a marcação de eleições legislativas antecipadas para 10 de março de 2024.
Questionada sobre alegadas pressões relativamente à apresentação de resultados da investigação do Ministério Público (MP), nomeadamente no inquérito autónomo a António Costa junto do Supremo Tribunal de Justiça, até às próximas eleições, Lucília Gago desvalorizou esse contexto.
“Sinto-me sempre com o dever de apresentar os melhores resultados que devem ser possíveis apresentar no contexto das investigações em curso”, resumiu.
António Costa é alvo de um inquérito no Ministério Público (MP) junto do Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo que investiga tráfico de influências no negócio de um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo tido intervenção para desbloquear procedimentos.
O MP considera que houve intervenção do primeiro-ministro na aprovação de um diploma favorável aos interesses da empresa Start Campus, responsável pelo centro de dados, de acordo com a indiciação.
No dia da demissão, Costa recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável”.
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