Saúde

Primeiro peixe enriquecido com ómega-3 é português

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 23-06-2023

É mais um marco no campo da aquacultura sustentável. Pela primeira vez, Portugal vai começar a produzir peixe enriquecido com ómega-3, respondendo à crescente procura por alimentos ricos neste nutriente, comprovadamente benéfico para a saúde. “O sucesso do projeto OmegaPeixe permite que os consumidores tenham acesso a pescado diferenciado, nomeadamente robalo e pregado, com alto valor nutricional e produzido de forma sustentável, respeitando tanto o bem-estar animal quanto o meio ambiente”, congratula-se Renata Serradeiro, CEO da empresa Flatlantic.

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O objetivo principal do projeto OmegaPeixe era produzir pescado nacional, robalo e pregado, enriquecido com ómega-3 de cadeia longa, conhecido pelas suas propriedades anti-inflamatórias, bem como na prevenção de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, diabetes e de estados depressivos.

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A equipa do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da U. Porto e do CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental liderada pela investigadora Luísa Valente, otimizou as dietas de aquacultura, com recurso a fontes sustentáveis, conseguindo que o robalo e o pregado garantissem os níveis de ómega-3 de cadeia longa recomendados pela Organização Mundial de Saúde para uma vida saudável.

O pregado, comercializado pela Flatlantic, já se encontra no mercado. O robalo bio da ALGAplus estará em plena comercialização em 2024, na grande distribuição. “Estamos a falar de pescado de elevada qualidade para os consumidores, alimentado com ingredientes naturais e dietas ricas em ómega-3, essencial para a saúde humana. Trata-se de um marco importante para o país, pois coloca Portugal na vanguarda da aquacultura sustentável e da inovação alimentar”, salienta Helena Abreu, fundadora da ALGAplus.

“A ingestão de alimentos saudáveis produzidos de forma cada vez mais sustentável, é uma tendência global. Por isso, a importância deste projeto. Os consumidores, de forma geral, estão cada vez mais conscientes da relevância dos ómega-3 de cadeia longa e, com base em estudos realizados, constatamos que este novo produto deverá ser bem aceite”, explica Maria Coelho, coordenadora executiva do B2E –Laboratório Colaborativo para a Bioeconomia Azul, salientando também a importância do pregado e do robalo bio terem a chancela Made in Portugal.

O consórcio OmegaPeixe é liderado pela empresa Flatlantic, sediada em Mira, e responsável pela produção do pregado. Além disso, conta com a parceria da ALGAplus, localizada em Ílhavo e especializada em aquacultura integrada, responsável pelo robalo bio. O ICBAS da U. Porto/CIIMAR coordenou os estudos científicos para avaliar o impacto das dietas nas espécies, garantindo sua otimização nutricional. O Laboratório Colaborativo para a Bioeconomia Azul (B2E CoLAB), por sua vez, foi responsável por revisitar a aceitação por parte do mercado de produtos diferenciados de aquacultura, procurando compreender a recetividade dos consumidores em relação a esses novos produtos.

O projeto durou dois anos e meio e envolveu um investimento de cerca de um milhão de euros, dos quais quase 666 mil euros suportados pelo Portugal 2020 e pelos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento, da União Europeia, através do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico.

Os resultados do projeto vão ser apresentados no próximo dia 29 de junho, pelas 10h00, no Atrium Mira. No final, será realizado um showcooking pelo Chef Luís Lavrador, do restaurante Fama (Aveiro), no qual se dará a provar o robalo e pregado, ambos enriquecidos em ácidos gordos ómega-3 (programa em anexo). A inscrição no workshop e no showcooking é gratuita, mas obrigatória até 23 de junho em: bit.ly/omegapeixe.

 

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