Coimbra
Prevenção de fogos na região Centro à boleia do cancioneiro tradicional
“O projeto está muito baseado na questão das memórias. Vamos apelar às memórias individuais e das comunidades onde vamos estar e vamos trabalhar essas memórias para introduzirmos as recomendações e cuidados que devemos ter nas prevenções de incêndios”, disse à agência Lusa Emanuel Rodrigues, um dos criadores do projeto juntamente com Sandra Henriques.
A iniciativa vai arrancar na sexta-feira e estende-se até 30 de agosto, com um dia de atividades dedicado a cada aldeia, estando previstas ações em quatro aldeias de Penacova, uma de Vila Nova de Poiares e três no concelho de Ourém, afirmou.
Em cada localidade, o grupo trabalha primeiro em torno da memória coletiva e individual, pegando depois em músicas do cancioneiro tradicional e altera-lhes as letras, em conjunto com a comunidade, introduzindo informações e recomendações em torno da prevenção de incêndios, explicou Emanuel Rodrigues.
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“Achamos que a cantarolar a música as ideias serão mais fáceis de assimilar”, notou.
Depois dessas duas atividades durante a tarde, o grupo apresenta uma dramatização que terá como fio condutor a memória de incêndios que resultam de atitudes negligentes, sendo usadas ferramentas do Teatro do Oprimido, em que o público será chamado a colocar-se no lugar da personagem e debater as situações apresentadas.
“Perguntamos ao público o que acham que aquelas personagens devem ou não fazer e mostramos os desfechos de cada decisão”, aclarou Emanuel Rodrigues.
Segundo o responsável, toda a população, mesmo que não tenha podido participar nas sessões da tarde, será convidada a estar presente à noite, onde também são apresentadas as canções modificadas.
Para além de levarem músicas do cancioneiro conhecidas, o grupo reuniu com ranchos folclóricos locais para poderem ser trabalhadas canções da própria terra, salientou Emanuel Rodrigues.
O projeto, intitulado “Eu sou a minha terra”, foi um dos vencedores do concurso “Não brinques com o fogo” na região Centro, resultado da cooperação do Ministério da Cultura com a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), que pretende, através da cultura e das artes performativas, promover a alteração de comportamentos das populações em relação aos incêndios rurais.
O projeto “Sob a terra”, do Leirena Teatro, de Leiria, foi o outro vencedor na região Centro.
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