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Presidente do Politénico diz que Ministro está a “estigmatizar” os cursos de dois anos

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 03-03-2014

O ministro da Educação e Ciência está a “estigmatizar” os cursos técnicos superiores profissionais, com a duração de dois anos, pela forma como está a conduzir o processo, criticou hoje, em Coimbra, o presidente do Politécnico de Coimbra.

Os cursos de formação intermédia em institutos politécnicos deveriam ser apresentados “como uma oferta formativa para os jovens que querem seguir essa alternativa e não como uma via para os que não conseguem entrar” nas licenciaturas, advertiu Rui Antunes, presidente do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC).

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Estes cursos, que representam um novo grau académico, “são apresentados como uma segunda escolha”, disse à agência Lusa Rui Antunes, no final de uma reunião com o deputado do PS Rui Duarte, também líder da concelhia socialista, na sede da instituição, em Coimbra.

Os novos cursos destinam-se a jovens com mais de 18 anos que tenham terminado o secundário ou a quem falte apenas uma disciplina para terminar o 12.º ano, disse o secretário de Estado do Ensino Superior, Ferreira Gomes, explicando que no caso de não terem o secundário completo, os alunos podem fazer as disciplinas que faltam “ao longo do 1.º ano” do curso superior.

O presidente do IPC disse concordar com a criação dos cursos intermédios, contudo, para além da necessidade de “não os estigmatizar”, seria “importante clarificar todo o processo”, considerando que “é criada alguma confusão entre os cursos de especialização tecnológica” e os cursos técnicos superiores profissionais.

Os dois tipos de cursos “parecem iguais”, constatou, referindo que “a legislação e o financiamento dos cursos ainda não estão definidos”.

Rui Antunes mostrou-se também “preocupado” com o corte de “30%” de financiamento da instituição, entre 2010 e 2013, passando de um orçamento “de cerca de 34 milhões de euros para 22 milhões de euros”.

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“O dinheiro que foi retirado não eram gorduras”, afirmou o presidente do IPC, frisando que a instituição está “há quatro anos sem comprar equipamento laboratorial e informático” e tem “turmas maiores e menos aulas práticas”.

Rui Antunes alertou ainda para a redução do valor atribuído à ação social, que tem levado a “uma degradação” de espaços como as cantinas ou as residências, salientando que o IPC, por ano, tem um orçamento “inferior a 70 euros por aluno”, nesta área.

O deputado socialista Rui Duarte criticou também a forma como está a ser abordado o novo modelo de cursos intermédios por parte do ministério da Educação e Ciência, afirmando que o ministro, ao “abordar esta oferta como meias licenciaturas, está a desprestigiar o novo modelo”.

“Apenas cria mais turbulência e não respeita as instituições”, disse Rui Duarte.

O líder da concelhia de Coimbra referiu ainda que as “instituições do ensino superior estão garroteadas” pelos cortes financeiros, defendendo mais fundos para as mesmas, de forma a garantir “qualidade das respostas formativas”.

 

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