Cidade
Presidente de Coimbra lembra no parlamento que SMTUC não recebem dinheiro do Governo
Diversas entidades e especialistas ligados ao setor dos transportes debateram hoje na Assembleia da República soluções para convencer os cidadãos a deixarem o carro particular em casa e a usarem mais os transportes públicos.
Manuel Machado, presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e também da Câmara de Coimbra, gestora dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), salientou que manter uma rede de transportes públicos “é dispendioso”, mas, na sua perspetiva, “vale a pena”.
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Salientando que os cinco municípios que têm transportes municipais “não recebem um cêntimo de compensação para o custo social dos transportes”, defendeu ainda que “é importante que haja equidade entre os municípios”, onde “os cidadãos residentes devem ter benefício equiparado no que diz respeito aos transportes”.
“Há áreas do território nacional que têm compensações (…) pagas por todos os impostos de todos os cidadãos e há outros que não têm nada. Isso preocupa-nos. E seria importante poder, mesmo o legislador e o Governo e todos nós, contribuir para que isto fosse equilibrado, para haver contas certas e gestão da coisa pública com um sentido de equidade”, considerou.
O autarca defendeu ainda a necessidade de uma reprogramação dos programas como o Portugal 2020 que “considere os transportes públicos como essenciais”.
Em Coimbra, “estamos a fazer algumas experiências para ver se aumenta o número de utilizadores nos autocarros, porque é preocupante o declínio”, através de medidas como ‘wireless’ gratuito e outras medidas, como sistemas de bilhética e horários mais fiáveis e a requalificação da frota.
“Apesar das inovações, sabemos que as pessoas não estão contentes”, admitiu.
As Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto (AML e AMP) realizaram recentemente, em colaboração com o Instituto Nacional de Estatística (INE), um inquérito aos hábitos de mobilidade das populações residentes nas duas áreas, que concluiu que o automóvel foi o principal meio de transporte nas deslocações nestas zonas.
Neste sentido, Emídio Sousa, vice-presidente da AMP, salientou hoje no parlamento que ambas as Áreas Metropolitanas estão a preparar uma forma de inverter esta situação.
“Estamos a preparar um plano estratégico. Foi feito o estudo para saber como as pessoas se movem e estamos a preparar essa resposta”, salientou.
De acordo com Carlos Humberto, primeiro secretário da AML, está a ser estudada a possibilidade de um passe único metropolitano de transportes nas duas áreas metropolitanas.
“Fizemos o inquérito, estamos a fazer o desenho de rede dos transportes rodoviários e que tem a visão integrada de todos os modos de transportes. Estamos a defender que haja um passe metropolitano que permita a mobilidade”, salientou.
De acordo com o responsável, a AML está ainda a estudar um conjunto de investimentos estruturais rodoviários, fluviais e ferroviários, nos quais “a linha de Cascais é um elemento estruturante”, que é “indispensável realizar”.
A Conferência sobre Transportes Públicos realizou-se hoje no parlamento por iniciativa da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, abordando temas como “A mobilidade nas áreas metropolitanas” e o futuro do serviço público de transportes, com um painel específico dedicado ao transporte ferroviário.
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