Portugal
Presidente da República lamentou hoje a morte de Maria Adelina Duarte
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou hoje a morte de Maria Adelina Duarte, referindo que pertenceu a uma geração de atores e atrizes que eram populares junto de diversos públicos e que muitos recordam com saudade.
A atriz Maria Adelina Duarte morreu na terça-feira à tarde, aos 91 anos, na Casa do Artista, em Lisboa.
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Numa nota hoje publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa assinala que a atriz teve uma “carreira na música, na opereta, na comédia, no musical, na rádio, na fotonovela, no cinema, na televisão e sobretudo no teatro de revista”.
O chefe de Estado refere que Maria Adelina se estreou em 1946 e se retirou em 1990, com o programa da RTP “Mistério Misterioso”.
“Pertenceu a uma geração em que a polivalência e o pioneirismo (no caso da televisão), bem como as ’tournées’ nacionais e internacionais, faziam dos atores e atrizes figuras populares junto de diversos públicos, e que muitos recordam ainda hoje com saudade”, acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República envia “sentidas condolências” à família da atriz.
Nascida na Amadora, distrito de Lisboa, em 27 de abril de 1930, Maria Adelina Duarte destacou-se em particular na opereta, primeiro, e no teatro de revista, depois, num percurso artístico de mais de 40 anos, iniciado ainda na infância.
O seu rosto tornou-se conhecido do grande público com o aparecimento da RTP, em 1957, onde também fez a despedida dos ecrãs em 1990, na série “Mistério Misterioso”.
A estreia oficial de Maria Adelina no teatro aconteceu em 1946, aos 16 anos, na opereta “O passarinho da Ribeira”, no Teatro Sá da Bandeira, no Porto. Até então, atuara sobretudo como cantora. Participou nas digressões de Rocha Brito pelo país, com o nome artístico Maria Dolly, iniciadas quando tinha apenas 9 anos.
A estreia nos palcos coincidiu também com a estreia no cinema, no papel de uma jovem adolescente, no filme “Ladrão, Precisa-se!…”, de Jorge Brum do Canto, protagonizado por Maria da Graça e Virgílio Teixeira.
Seguiu-se de imediato o trabalho em produções no Teatro Variedades e no Teatro Apolo, antes de partir para o Brasil, aos 17 anos, altura em que passou a usar o nome próprio, Maria Adelina.
No regresso a Portugal, iniciou um percurso dominado pela comédia e teatro de revista, sempre com base em Lisboa, que vai de “Mãos no ar!”, estreada em fevereiro de 1954, no Teatro Apolo, às derradeiras representações de “Reviravolta”, no fim de 1981.
Maria Adelina tinha pouco mais de 50 anos quando se despediu dos palcos, e uma carreira feita igualmente no cinema e na televisão.
No cinema, contracenou com Amália Rodrigues em “O fado corrido” (1964), de Jorge Brum do Canto, com Tony de Matos e Io Apolloni, em “Derrapagem” (1974), de Constantino Esteves, com Fernanda lapa, Rogério Paulo e Curado Ribeiro, em “Recompensa” (1978), o derradeiro filme de Arthur Duarte, e com Carlos Veríssimo e Maria Helena Matos em “O diabo desceu à vila” (1979), de Teixeira da Fonseca.
Entrou nos primeiros programas produzidos pela RTP, como “A Loja da Esquina” (1957), “Café Concerto” (1958) e “Rua Musical” (1964). Foi também rosto e voz para muitas emissões das “Melodias de Sempre”, nos anos de 1960. E para as “noites de teatro” da televisão pública, em produções como “Um melro branco” (1964), de Fernando Frazão.
Regressou ainda ao ‘pequeno ecrã’ em programas mais recentes, como “E o Resto São Cantigas” (1981), de Raul Solnado, Carlos Cruz e Fialho Gouveia.
A despedida aconteceu com “Mistério misterioso”, série estreada pela RTP em 1990, onde desempenhava um dos principais papéis, ao lado de atores como Octávio Matos e Lourdes Norberto, e de jovens revelações como José Raposo e Maria João Abreu.
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