Coimbra
Presidente da República diz em Coimbra que orçamento e período pré-eleitoral levam a “surto reivindicativo muito forte”
O Presidente da República disse hoje que o Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) e o período pré-eleitoral a cerca de seis meses das eleições europeias levam a um “surto reivindicativo muito forte” com greves e manifestações.
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“Quem acha que este Orçamento era inevitável para obter certas reivindicações, joga tudo por tudo na rua. Partidos que têm propostas alternativas e clivagens fortes, jogam tudo por tudo em mostrar as suas diferenças”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, em Coimbra, à margem de uma festa de aniversário de uma menina que ficou ferida nos incêndios do ano passado na região centro.
O chefe de Estado recordou que já tinha avisado que, no período de elaboração do OE2019, que é o último da atual legislatura, era “inevitável” e até “natural” existir “um surto de contestação muito intenso”.
“Sendo um Orçamento, há sempre em volta do Orçamento uma luta social por parte dos setores que se consideram direta ou indiretamente envolvidos. E, em segundo lugar, porque havia uma causa precisa, que é o aumento dos salários da função pública”, argumentou.
Os trabalhadores da administração pública estão hoje em greve por aumentos salariais.
A reivindicação salarial, segundo o Presidente da República, decorreu de um “adiamento durante anos”.
“E, portanto, a lógica dos setores é ‘ou é agora ou nunca, sabemos lá qual é o Governo que sai das próximas eleições e sabemos lá se a conjuntura internacional muda para pior e desaparece esta oportunidade de algum aumento’”, acrescentou.
“Isto tudo somado tinha de dar, em vários setores, estão a falar da Função Pública, mas podíamos falar noutros setores, um surto reivindicativo muito forte”, reiterou Marcelo Rebelo de Sousa.
Por outro lado, o Presidente da República lembrou que, faltando cerca de seis meses para as eleições para o Parlamento Europeu, “as forças partidárias também têm de jogar as suas estratégias” e essas estratégias “passam muito por visões muito diferentes sobre a política económica e financeira e propostas diferentes”.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou ainda ter apelado “a que não se entrasse cedo de mais no período eleitoralista”, mas reconheceu que isso veio a acontecer.
“Mas, entrou-se, nós é que não temos a noção, mas com a eleição em maio estamos a seis meses”, frisou o chefe de Estado, argumentando que o ato eleitoral “vai ter influência” no clima que, “com o verão pelo meio cola às eleições”, para a Assembleia da República.
“Ao entrar-se em campanha eleitoral já não se para até outubro [de 2019]”, avisou.
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