Coimbra

Premiado projeto da Universidade de Coimbra de combate à osteoartrose e outras doenças do envelhecimento

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 16-10-2019

Uma equipa da Faculdade de Farmácia (FFUC) e do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC-UC) da Universidade de Coimbra está a desenvolver uma molécula que pode ajudar a proteger as células da destruição provocada pela osteoartrose e por outras doenças associadas ao envelhecimento.

Alexandrina Ferreira Mendes, Cátia Moreira de Sousa e Alcino Leitão

Esse projeto, denominado ProtexAging, venceu nos últimos dias o prémio BfK Ideas 2019 (na categoria de Saúde e Bem-estar), do programa de promoção e valorização da ciência e do conhecimento científico e tecnológico Born from Knowledge (que é promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, através da Agência Nacional da Inovação).

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O trabalho já realizado pela equipa composta por Alexandrina Ferreira Mendes (docente da FFUC e investigadora do CNC-UC), Alcino Leitão (docente da FFUC e investigador do CNC-UC), Cátia Moreira de Sousa (doutoranda da FFUC) e Gonçalo Pinto Mendes (mestre em Ciências Farmacêuticas pela FFUC) permitiu a identificação de um composto com propriedades físico-químicas e farmacológicas muito promissoras, capaz de ativar uma enzima que protege as células articulares, inibindo os processos destrutivos e ativando a reparação articular

A descoberta pode ser o primeiro passo para o desenvolvimento de um medicamento inovador para a osteoartrose – doença que destrói as articulações, causando dor e perda de mobilidade, e que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, afeta 10 a 15% da população mundial acima dos 60 anos.

“Atualmente não há cura para a osteoartrose: ao fim de alguns anos, o seu processo destrutivo leva à necessidade de substituição da articulação por uma prótese. Nós esperamos que este potencial fármaco possa alterar significativamente esse panorama, que a sua toma numa fase precoce da doença impeça a sua progressão, reduzindo o sofrimento dos doentes e o número de cirurgias”, descreve Alexandrina Ferreira Mendes.

De resto, além da osteoartrose, a utilização do composto poderá estender-se a outras doenças associadas ao envelhecimento, com as neurodegenerativas: “os primeiros testes, num modelo celular de doença de Parkinson, mostram que o composto poderá atuar não apenas em células articulares, mas também em neurónios, travando a degeneração e deterioração funcional dos tecidos”, explica a professora da FFUC e investigadora do CNC-UC.

Em qualquer dos casos, o processo de desenvolvimento de um medicamento ainda está, no entanto, numa fase muito inicial. Após a demonstração in vitro da elevada probabilidade de sucesso desta molécula como medicamento para a osteoartrose e para outras aplicações, o passo seguinte será a realização de estudos em animais para comprovar a sua eficácia e segurança.

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Neste percurso, a equipa de docentes e investigadores encontra um “importante estímulo” nos prémios recebidos pelo ProtexAging – conquistou três no concurso de ideias de negócio Arrisca C, a que se junta agora o BfK Ideas 2019, na categoria Saúde e Bem-Estar.

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