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Precisa de paz? Estes “locais únicos” da Região de Coimbra podem ser a resposta

Notícias de Coimbra | 1 semana atrás em 14-04-2025

Nesta Páscoa, deixe-se guiar por caminhos de silêncio, espiritualidade e beleza natural.

Na Região de Coimbra, entre vales serenos e serras ancestrais, esperam por si lugares onde a fé se entrelaça com a história, onde cada pedra guarda ecos de devoção, e cada trilho convida à introspeção.

No concelho de Góis, ergue-se o Santuário de Nossa Senhora do Rosário do Céu, também conhecido como Nossa Senhora do Pinhal, nascido de uma lenda tocante.

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Ilda, uma mulher simples da terra, afirmou ter visto a Virgem Maria num monte próximo à sua casa. As suas palavras, inicialmente recebidas com ceticismo, acabaram por comover a comunidade, que construiu uma capela no exato local das aparições. Esta foi orientada segundo o desejo da santa, com a entrada voltada para os montes. O ambiente natural envolvente, marcado por pinhais e silêncio, confere a este lugar uma atmosfera de paz profunda, ideal para momentos de oração e reflexão.

Na Lousã, o Santuário de Nossa Senhora da Piedade e o Castelo de Arouce formam um conjunto onde a fé e a história caminham lado a lado. Num vale moldado pelo Rio Arouce, o santuário estende-se por três capelas, acolhendo os fiéis em busca de proteção e esperança. O antigo castelo de xisto, com a sua torre de menagem, lembra-nos tempos de reconquista e resistência. Um passadiço liga o castelo à vila, e trilhos serpenteiam pela serra, levando até às encantadoras aldeias de xisto, como se cada passo fosse uma oração gravada na terra.

Na Serra do Bussaco, o Convento de Santa Cruz guarda o legado dos Carmelitas Descalços. Fundado em 1628, este retiro espiritual foi concebido como um “deserto”, um espaço de recolhimento, silêncio e contemplação. Inspirado por Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz, o convento foi erguido no seio da mata do Bussaco, uma floresta protegida e venerada, onde a fé e a natureza vivem em perfeita comunhão. Caminhar por este lugar é mergulhar num universo de serenidade, onde o tempo parece suspenso e o espírito se reencontra.

Em Miranda do Corvo, o Mosteiro de Santa Maria de Semide é um testemunho comovente de perseverança e fé. Fundado no século XII como mosteiro feminino, foi durante mais de sete séculos um centro espiritual de referência. Apesar de ter sofrido vários incêndios ao longo dos anos, foi sempre reconstruído com dedicação. Hoje, ainda se destaca pelo seu órgão de tubos funcional, pelos belos azulejos e pela igreja, sendo também casa de uma escola de restauro, que assegura a continuidade do seu legado patrimonial e espiritual.

A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Mourão, em Tentúgal, remonta a cerca de 1420, tendo sido mandada construir pelo Infante D. Pedro, Duque de Coimbra. De estilo gótico tardio, é dedicada a Nossa Senhora da Assunção. Anexa à igreja encontra-se a Capela dos Judeus, uma antiga sinagoga que evoca a diversidade religiosa que já marcou a região. A sua porta cerimonial, que apenas se abre em dias de comunhão, confere-lhe um misticismo particular que toca quem a visita.

Já em Oliveira do Hospital, a Igreja Matriz de São Gião, conhecida como a “Catedral das Beiras”, destaca-se pela sua grandiosidade e beleza artística. Este templo barroco, datado do final do século XVIII, abriga preciosas obras de talha dourada e um conjunto de painéis no teto atribuídos a Pascoal Parente. Situada sobre o Ribeiro Jordão, afluente do Rio Alva, esta igreja ergue-se com imponência e graça, num cenário de rara beleza.

Estes são trilhos de espiritualidade e memória que a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra nos apresenta no Guia de Locais Únicos.
Cada um destes lugares é mais do que um ponto no mapa: são destinos da alma, refúgios de luz e história, onde o silêncio fala e a fé se sente em cada pedra, em cada paisagem, em cada gesto de devoção.

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