Desporto
Prata europeia e experiência fazem de Catarina Costa “um alvo”
A experiência no circuito e o estatuto de vice-campeã europeia em -48 kg deram maior notoriedade à judoca Catarina Costa, que admite ser um “alvo a abater” para as suas adversárias no peso mais leve feminino.
“Já sou um alvo a abater, digamos assim. Já sou bem conhecida das minhas adversárias, também sinto isso nos estágios, porque elas procuram-me muito para fazer comigo [randori, luta no treino], acho que isso também é um bom indicador”, admitiu em entrevista à agência Lusa.
A poucos dias dos Mundiais em Tashkent, a judoca de Coimbra encara com otimismo o campeonato, ciente do trabalho de preparação que tem realizado, numa competição em que entra como segunda favorita, atrás da campeã europeia, a francesa Shirine Boukli.
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“Estou confiante que estarei numa excelente forma física. Também a nível técnico-tático temos trabalhado bastante e analisado bem as minhas adversárias, portanto nesse aspeto também acho que estarei bem preparada. A parte psicológica também está bem, estou motivada para o desafio que aí vem, sou número dois da prova é uma grande responsabilidade, mas também me dá muita motivação”, disse.
Um estatuto que não a deixa pressionada, nem pelo facto de ter alcançado em abril, nos Europeus, em Sófia, a mais importante medalha da carreira (prata), depois de também ter lutado pelo bronze nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, terminando em quinto.
“Não sinto pressão por ser vice-campeã da Europa, não tenho qualquer tipo de pressão, sei as minhas capacidades e sei até onde consigo chegar, portanto, tal como disse, isso só me motiva mais para estar bem e dar o meu melhor na competição”, defendeu.
Para Catarina Costa importa, porém, lembrar que os Mundiais têm um grau de dificuldade acrescido, se comparados com os Jogos Olímpicos, pela possibilidade de cada país – até um limite de 18 participantes – poder inscrever dois judocas por categoria.
“Muitas vezes até mais difícil que uns Jogos Olímpicos, porque temos duas representantes por cada país, isso acresce ali a dificuldade, ao invés de termos ali uma atleta forte do país, vamos ter duas em alguns casos, que são atletas bastante boas e, portanto, isso vai aumentar logo aí o nível de dificuldade. E depois o número de atletas inscritas: neste momento são 39, o que significa que terei à volta de cinco combates e isso também é uma prova mais dura e tenho-me preparado para fazer combates mais longos e mais combates, porque sei que pode acontecer”, explicou.
A meta não deixa, no entanto, de ser a mesma de sempre, lutar pelas medalhas.
“Isso é sempre o meu objetivo em qualquer competição onde eu entro, sobretudo nestes últimos anos em que sinto que realmente já tenho a experiência e o treino necessário para quando vou a essas provas disputar uma medalha”, acrescentou.
A judoca, que completou 26 anos em setembro, cumprirá em Tashkent o seu quarto Mundial, depois ter estado na luta pelas medalhas em Baku2018 (quinta classificada), e ter perdido no segundo combate em Tóquio2019 e em Budapeste2021.
Na Humo Arena, habitual casa do hóquei no gelo e palco da competição, Catarina Costa espera fazer valer a qualidade técnica do seu ‘tachi-waza’ [técnicas de judo em pé], num ano em que quer voltar a ser feliz, antes de regressar aos exigentes estudos.
Nos últimos meses a atenção tem sido dada quase em exclusivo à preparação desportiva, numa carreira em que tem procurado conciliar a alta competição com os estudos, nomeadamente o sexto ano na Faculdade de medicina de Coimbra.
“Tanto para mim, como para o meu treinador [João Neto] fez sentido, para já, dar uma pausa nessa parte dos estudos, para não me roubar tanto tempo e foco, e estar 100 por cento concentrada no judo, mas assim que o campeonato do mundo terminar tenciono voltar às aulas, já tenho tudo organizado para isso”, revelou.
Portugal compete entre quinta-feira e 12 de outubro nos Mundiais de judo, em Tashkent, com a participação de Catarina Costa (+48 kg), Joana Diogo (-52 kg), Bárbara Timo (-63 kg), Rochele Nunes (+78 kg), Rodrigo Lopes (-60 kg), João Fernando (-81 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg).
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