Coimbra

Pranchas de surf ecológicas que aceleram a aprendizagem desenvolvidas em Coimbra

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 15-07-2019

 O Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) está a desenvolver uma prancha para quem está a aprender surf, construída com materiais ecológicos e reciclados, que previne erros de postura corporal e de falta de equilíbrio dos praticantes.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a instituição de ensino explica que está a ser desenvolvida um novo modelo de pranchas de surf, que “vai ajudar no processo de aprendizagem através de um melhor desempenho biomecânico”.

PUBLICIDADE

publicidade

“A biomecânica permite associar a destreza dos materiais da prancha com a forma como o atleta se deve posicionar para atingir um maior equilíbrio e melhor postura corporal, do seu corpo e acelerar a sua aprendizagem”, salienta Mário Velindro, presidente do ISEC, citado na nota.

Desenvolvido pelo Laboratório de Biomecânica Aplicada do ISEC, o projeto consiste em desenvolver uma prancha que permite corrigir a postura corporal através de um registo de desempenho, em que o praticante irá aprender a posicionar-se de forma mais eficiente, de modo a conseguir equilibrar-se melhor quando estiver no mar.

“Os materiais e a estrutura da prancha já estão a ser trabalhados, assim como o interface homem-máquina, no qual estamos a estudar o envolvimento entre o praticante e o produto”, afirma Mário Velindro.

O presidente do ISEC prevê que, em 2021, a solução já deverá estar concluída e pronta a ser comercializada.

Além do seu desempenho biomecânico, a prancha será construída recorrendo a materiais ecológicos pouco habituais entre os praticantes de surf.

PUBLICIDADE

publicidade

“As pranchas das escolas de surf são geralmente poluentes, uma vez que os materiais que as compõem são derivados do petróleo e estas não costumam durar muitos meses”, explica Eurico Gonçalves, presidente da Associação de Desenvolvimento Mais Surf (ADMS), da Figueira da Foz, a entidade onde nasceu a ideia deste projeto, também citado no comunicado.

Por ano, em média, “saem de circulação entre oito a 15 pranchas em cada escola de surf”.

“Se multiplicarmos este número por 350 – que é o número de escolas de surf registadas em Portugal -, temos entre três a cinco mil pranchas que, todos os anos, vão para o lixo e não podem ser recicladas”, acrescenta Eurico Gonçalves, que também é professor de surf.

A ADMS pretende que a prancha sustentável produzida pelo ISEC seja uma réplica da primeira prancha de surf registada em Portugal, no ano de 1942.

“Queremos que esta nova versão seja de madeira, tal como a de 1942, e que também seja leve e evoluída tecnologicamente para o seu tempo”, salienta Eurico Gonçalves.

Segundo o ISEC, o projeto foi construído, testado e fotografado na Figueira da Foz pelo desportista Nuno Fernandes, fruto do interesse manifestado por um grupo de estudantes de Coimbra.

As pranchas de surf ecológicas vão ter como matérias-primas a madeira e o agave, uma planta da família dos catos, numa conjugação de materiais que as tornarão “mais leves e fáceis de manusear, garantido a sua rigidez e resistência mecânica”.

“A prancha que estamos a produzir com o ISEC será composta por materiais de construção sustentáveis, os quais podem ser reaproveitados para criar um compósito que seja o núcleo do material de construção de novas pranchas”, realça Eurico Gonçalves.

O presidente da ADMS considera que, “assim, pode-se contribuir para a diminuição das grandes quantidades de resíduos que se regista atualmente, e que derivam do final de vida útil das pranchas produzidas a partir de materiais sintéticos”.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE