Um inquérito hoje divulgado revela que os portugueses se tornaram, num ano, mais pessimistas em relação à situação económica do país, que a maioria considera “má”, e preocupam-se com questões como saúde, segurança social, ou custo de vida.
Em causa está o Eurobarómetro de primavera hoje divulgado sobre a vida nos Estados-membros da União Europeia (UE), incluindo em Portugal, que teve por base 1.008 entrevistas presenciais feitas no país entre os dias 08 e 18 de junho.
Questionados sobre a perceção da situação económica no país, 61% dos inqueridos portugueses classificou-a como “má”, enquanto 37% a qualificou como “boa”, sendo que, em ambos os casos, houve uma subida nos resultados (de um 1%) relativamente ao Eurobarómetro divulgado no período homólogo anterior, há um ano.
Os restantes (2%) optaram por não responder.
A contribuir para esta perceção estão fatores como a situação do respetivo agregado familiar ou a respetiva situação laboral.
Já questionados sobre as principais preocupações em Portugal, 34% dos inquiridos apontou a saúde e segurança social, ao passo que 27% referiu o aumento dos preços e o custo de vida.
Outras questões elencadas foram a situação económica (22%) e o desemprego (18%).
Em relação aos principais desafios para a UE, 29% dos inquiridos portugueses referiu o terrorismo, 27% apontou o estado das finanças públicas e 18% falou na situação económica e na imigração.
No que toca à confiança nas instituições, 55% dos portugueses indicou não confiar no Governo nacional, contra 42% que mostrou confiança.
Estes números pioram se em causa está a confiança no parlamento português, com 59% a afirmar que não confia na Assembleia da República e outros 37% a garantir que o faz.
Em relação à UE, são mais os inquiridos portugueses a afirmar que confiam nas instituições comunitárias (57%) do que os que dizem não o fazer (33%).
Acresce que 60% dos portugueses assinala ter uma imagem positiva da UE, contra 34% que tem uma opinião neutra e 5% que fala numa má perceção.
Como justificação para esta imagem estão fatores como a livre circulação para residir, estudar e trabalhar dentro da UE, a moeda única (euro) e ainda o mercado único.
Por isso, 84% dos inquiridos garante sentir-se como um cidadão da UE, contra 16%, que sentem o oposto.
Ao todo, para este Eurobarómetro, foram realizadas 27.464 entrevistas nos 28 Estados-membros da UE.
Tendo em conta as respostas dadas, as principais preocupações nacionais dos cidadãos europeus são o desemprego, o custo de vida e a segurança social, enquanto os maiores desafios para a UE são, segundo os inquiridos, a imigração, as alterações climáticas e o estado das finanças públicas dos países.