Desporto
Portugal tem de jogar à sueca para ir ao Brasil
A seleção portuguesa de futebol tem um registo claramente desfavorável nos confrontos com a Suécia, mas os “resultados práticos” são mais animadores, pois foi à custa dos escandinavos que se qualificou para os Mundiais de 1986 e 2010.
Com seis derrotas, outros tantos empates e três vitórias, um saldo negativo de 24-14 entre golos marcados e sofridos, o balanço é tudo menos animador nos embates com o adversário nos “play-offs” da zona europeia de qualificação para o Mundial2014, que não perdeu um único dos sete jogos disputados em Portugal.
Apesar de os números apresentarem uma perspetiva inicial desanimadora, a estatística permite outra leitura: as duas seleções mediram forças em cinco fases de apuramento e Portugal levou a melhor na corrida aos Mundiais de 1986 e 2010, tendo-se ambas “anulado” no caminho para Europeus de 1968 e 1988 e ao Mundial de 1982.
Além disso, a equipa lusa tem respondido na mesma moeda à superioridade evidenciada pelos nórdicos na condição de visitante, com um registo de três vitórias, três empates e apenas duas derrotas nas deslocações à Suécia, pertencendo-lhe inclusive o último triunfo, em 2002, em Gotemburgo.
Dois golos de José Águas foram insuficientes para que a “equipa das quinas” evitasse ser goleada por 6-2 no primeiro confronto, num particular disputado a 20 de novembro de 1955, no Estádio Nacional, e o desfecho voltou a ser o mesmo três anos mais tarde, em Gotemburgo, ainda que de forma mais moderada (2-0).
No rescaldo do sensacional desempenho no Campeonato do Mundo de 1966, em que chegou ao terceiro lugar, Portugal conheceu a mesma sorte na primeira partida oficial, da fase de qualificação para o Europeu de 1968, ao perder por 2-1, em Lisboa, com o tento luso a ser marcado por Jaime Graça.
Um golo de Custódio Pinto valeu o empate 1-1 alcançado em Solna, mas a seleção nacional não foi além do segundo lugar do grupo 2, atrás da apurada Bulgária e à frente da Suécia, cenário que se repetiu na qualificação para o Campeonato do Mundo de 1982.
Portugal foi batido por concludente 3-0, em Solna, e em Lisboa de pouco valeu o remate certeiro de Pietra, pois a equipa lusa perdeu por 2-1 e terminou no quarto e penúltimo lugar do agrupamento 6, vencido pela Escócia, apesar de os escandinavos não terem feito muito melhor, ficando-se pelo terceiro posto.
A história foi diferente na corrida ao Mundial de 1986, pois, apesar de ter sofrido mais um desaire caseiro (3-1, com Jordão a amenizar o peso da derrota), conquistou um precioso triunfo na Suécia, por 1-0, graças ao golo de Fernando Gomes, um “pequeno milagre” antes do operado por Carlos Manuel em Estugarda, na vitória por 1-0 sobre o “colosso” RFA.
As duas seleções voltaram a ficar pelo caminho na qualificação para o Europeu de 1988, num grupo conquistado pela inacessível Itália, com Portugal a continuar sem ser capaz de aproveitar a vantagem de atuar em casa (1-1, no Estádio Nacional, com golo de Coelho), mas a alcançar o segundo sucesso na Suécia, por 1-0, de novo graças à eficácia de Fernando Gomes.
Os três particulares seguintes serviram para “compor” um pouco mais o balanço, tendo-se saldado por dois empates (0-0, em Gotemburgo e 2-2, em Coimbra, com tentos de Pauleta e Nuno Gomes) e mais um triunfo em solo sueco, em Gotemburgo, por 3-2, materializado por Sérgio Conceição, Romeu e Rui Costa.
O equilíbrio entre as duas equipas que marcou as últimas décadas ficou expresso no apuramento para o Mundial de 2010, com “nulos” nos dois jogos do grupo 1, em Solna e no Porto, que ajudaram Portugal a terminar no segundo posto, atrás da Dinamarca, ganhando o acesso à fase final através dos “play-offs”, enquanto a Suécia, terceira colocada, ficou outra vez de fora.
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