Portugal

Portugal pode voltar a ficar às escuras

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 3 horas atrás em 29-04-2025

Após horas de escuridão, o maior apagão da história de Portugal chegou ao fim. O serviço de energia foi totalmente restabelecido esta terça-feira, 29 de abril, com a E-Redes a confirmar que a rede de eletricidade foi reposta a 100%, após uma complexa operação em cascata, que envolveu a recuperação das linhas de alta, média e baixa tensão.

A instabilidade que paralisou o país foi causada por um “evento absolutamente excecional de origem externa”, conforme explicou a REN – Redes Energéticas Nacionais. Embora a rede tenha sido estabilizada e as subestações reativadas antes das 23:30 de segunda-feira, a situação ainda não está totalmente resolvida e a possibilidade de um novo apagão não pode ser descartada.

Apesar de a energia estar agora normalizada, o incidente revelou vulnerabilidades significativas no sistema elétrico português. Durante o apagão, Portugal tornou-se temporariamente dependente da energia importada de Espanha, especialmente a energia solar. Embora a REN tenha garantido que esta dependência não foi a causa direta do apagão, a falha no fornecimento de energia em Espanha também contribuiu para o problema.

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A falta de interligações energéticas mais robustas com o resto da Europa foi identificada como uma das principais falhas. Especialistas sugerem que o reforço dessas interligações, bem como a aposta em centrais de energia de resposta rápida, como as centrais a gás, poderia ajudar a evitar novos cortes de energia.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou que o governo já está a trabalhar com a REN para reforçar a capacidade de prevenção e resiliência do sistema energético nacional, com o objetivo de evitar que situações como esta se repitam no futuro. Além disso, a digitalização do sistema e o aumento da produção de energias renováveis, especialmente solar, são apontados como medidas essenciais para reduzir a dependência de fontes externas e melhorar a autonomia energética do país.

No entanto, João Conceição, da REN, alerta para os custos associados a essas melhorias. “Mais sistemas de recuperação significam mais custos. Hoje, todos vão achar que é justificado, mas daqui a uns tempos, estaremos mais preocupados com o custo da eletricidade”, disse o responsável.

Portugal está a lutar pela expansão das suas interligações elétricas com a Europa, e embora a situação de ontem tenha revelado falhas no sistema, também serviu como um alerta para a necessidade urgente de mudanças. A solução pode passar por um equilíbrio entre a produção de energias renováveis, o reforço das interligações e a melhoria da resposta imediata em situações de emergência, pode ler-se no ZAP.

Apesar da luz ter sido restaurada, o susto de segunda-feira deixou claro que o país não pode baixar a guarda. A experiência do apagão é um lembrete de que a estabilidade do sistema energético português ainda é vulnerável, e novas medidas precisam ser adotadas para evitar que os portugueses voltem a ficar às escuras.

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