Desporto

Portugal perde bronze no futebol de praia. “Agora, levo [a medalha] de cortiça”

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 01-07-2023

A falta de competência no desempate por penáltis voltou hoje a penalizar a seleção portuguesa de futebol de praia, que perdeu desta forma, por 2-0, com a Espanha e assim falhou a medalha de bronze nos Jogos Europeus, após o 5-5 no final do desafio em Tarnow.

Jordan Santos, André Lourenço e Duarte Algarvio permitiram a defesa do guarda-redes, enquanto Rui Coimbra não acertou com a baliza, bastando à Espanha bater duas vezes Elinton Andrade para celebrar.

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Portugal, que foi bronze em Baku2015 e ouro em Minsk2019, já tinha falhado a final devido ao ‘tira-teimas’ nos penáltis, na sexta-feira ante a Suíça.

A Espanha adiantou-se cedo no marcador, com penálti convertido por Antonio Riguard logo ao terceiro minuto, cinco segundos antes de Bê Martins, de livre direto desde o meio-campo, obrigar o guarda-redes a defesa, para o poste.

Numa partida de maior intensidade física do que de brilhantismo técnico, Léo Martins escapou à marcação no meio-campo e atirou colocado, surpreendendo para o empate 1-1, aos 11.

Foi novamente da linha divisória, agora na lateral esquerda, que Bê Santos acertou no poste direito, a 30 segundos do primeiro intervalo, que revelava uma Espanha mais em posse e Portugal mais rematador.

Aos 14, livre direto na defesa e David Ardil marcou com forte disparo, ficando, ainda assim, a sensação de que Elinton Andrade podia ter feito algo para evitar o golo.

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Aos 17, lance de insistência e a bola a sobrar na área para Miguel Pintado, que atirou cruzado para o fundo das redes, com a reviravolta a ser consumada em pontapé de bicicleta, de costas para a baliza, de Jordan Santos, aos 21.

Em minutos loucos, a liderança durou pouco, pois Elinton Andrade, imprudente, cometeu penálti que Jose Arias aproveitou para o 3-3, segundos antes de David Ardil, em invulgar contra-ataque, atirar certeiro e recuperar o comando (4-3), ainda assim efémero perante novo tento, igualmente de penálti, de Léo Martins, aos 23.

Aos 32, o mesmo jogador, sobre a esquerda, fez o 5-4, porém um livre direto, que desviou a trajetória antes do guarda-redes, permitiu a Salvador Ardil igualar de novo, aos 33, levando o desafio a prolongamento e posteriores penáltis.

Na partida anterior, a seleção feminina garantiu inédito bronze, no desempate por penáltis sobre a Polónia.

Portugal soma 15 pódios em Cracóvia2023, com os três ouros, as sete pratas e os cinco bronzes já conquistados.

A terceira edição dos Jogos Europeus decorre até domingo em Cracóvia e na região polaca de Malopolska, com 30 modalidades no programa e 48 países participantes, incluindo Portugal, que tem uma delegação com mais de duas centenas de atletas. 

O selecionador português de futebol de praia, Mário Narciso, disse hoje que a equipa foi penalizada pelos erros cometidos frente à Espanha, que lhe custaram a medalha de bronze nos Jogos Europeus, após derrota no desempate por penáltis.

“Agora, levo [a medalha] de cortiça. Temos de respeitar os adversários e dar valor a quem ganhou. Parabéns aos medalhados. […] Ando aqui há 10 anos e tiro sempre ilações. Quando vir o vídeo do jogo, se calhar vou tirar ainda mais”, disse após o desafio. 

“Não devíamos ter chegado aos penáltis. Tivemos situações mais do que suficientes para vencer. Os erros pagam-se caros e sofremos mais uma derrota nos penáltis”, lamentou, um dia depois de Portugal ter falhado a final precisamente do mesmo modo, ante a Suíça. 

Mário Narciso, que na sexta-feira disse ter sido a primeira vez que a sua equipa tinha perdido no tira-teimas dos penáltis, garantiu que não acredita em “fantasmas” da véspera ou falta de treino específico, sendo antes mais apologista do momento emocional dos atletas.

“Não sei se na cabeça dos jogadores ficou algum fantasma. Penso que não. Nunca tinha visto falhar quatro penáltis seguidos. Acontece. Se calhar temos de trabalhar mais um bocadinho… Não depende do treino, mas da forma psicológica nesse momento”, considerou.

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