Politécnico
Politécnico de Coimbra integra a nova universidade europeia UNIgreen
O Politécnico de Coimbra integra a nova universidade sob a designação “The Green European University – UNIgreen”, agora aprovada pela Comissão Europeia no quadro da mais recente abertura de candidaturas à Iniciativa Universidades Europeias, no âmbito do programa Erasmus+. Os resultados foram conhecidos ontem, dia 27 de julho, e o sucesso alcançado traduz um trabalho de preparação intenso iniciado em 2020. A implementação do projeto vai arrancar em janeiro de 2023 e, nesta primeira fase, decorrerá ao longo de 48 meses com um financiamento europeu de seis milhões e oitocentos mil euros.
“The Green European University” pretende ser a principal universidade europeia na área da Agricultura Sustentável, Biotecnologia e Ciências do Ambiente e da Vida, onde os estudantes e a comunidade académica vão desenvolver valores, atitudes, conhecimento e competências para se tornarem agentes ativos na transição para uma economia neutra em termos climáticos e, ao mesmo tempo, eficiente na utilização de recursos. A UNIgreen assenta na construção de um ecossistema que ligará a educação, a inovação, e a investigação à sociedade e ao território para promover o desenvolvimento sustentável.
A candidatura foi apresentada por um consórcio de instituições de ensino superior de quatro sub-regiões da Europa que inclui, para além do Politécnico de Coimbra, a Universidade de Almería, Espanha, coordenadora do projeto, a Universidade de Módena e Reggio Emília, em Itália, a Universidade de Agricultura de Plovdiv, da Bulgária, a Universidade de Agricultura da Islândia, a Haute-École de Liége, na Bélgica, a Universidade de Ciências da Vida de Varsóvia, Polónia, e o Instituto de Biotecnologia (Sup’Biotech) de Paris em França.
Para Jorge Conde, presidente do Politécnico de Coimbra, este é “um passo decisivo na história do Politécnico de Coimbra”. “A integração numa Universidade Europeia é o reconhecimento do trabalho que temos desenvolvido e que, tendo um forte cariz regional, não deixa de ser internacional”, afirma o responsável, acrescentando que esta é também uma oportunidade “para podermos abraçar projetos de maior envergadura, no contexto europeu, nomeadamente facilitando a capacidade de diálogo entre os parceiros”. Para Jorge Conde, esta é “uma porta maior” para a investigação, para a realização de ciclos de estudo em conjunto, nomeadamente doutoramentos. O facto de ser uma universidade europeia ligada à economia verde, à sustentabilidade e às alterações climáticas é um motivo maior de satisfação, pois “poderemos deixar a nossa marca num futuro melhor”. Por último, a grande ligação dos parceiros do IPC ao universo das universidades de ciências aplicadas é “mais um facto para nos garantir que o nosso desejo de sermos uma universidade politécnica faz cada vez mais sentido”, garante.
O relatório de avaliação da Comissão Europeia à candidatura, que obteve 89 valores, e que avalia critérios de relevância, qualidade do design e implementação do projeto e dos acordos de parceria e cooperação e o impacto do projeto, destaca a “ambição” da proposta e a visão de longo prazo com elevado potencial para “transformar e promover o desenvolvimento da cooperação na área da economia verde na Europa, com especial foco nas temáticas da agricultura sustentável, biotecnologia verde e ciências do ambiente e da vida.” Os peritos da Comissão Europeia salientam ainda o importante contributo da UNIgreen para a construção da Área Europeia de Educação através da criação de sinergias efetivas entre a Investigação Europeia e os objetivos de desenvolvimento sustentável.
Maria João Cardoso, pró-presidente do IPC para as Relações Internacionais, afirma que este é um “enorme passo na internacionalização e um projeto crucial para o futuro do Politécnico de Coimbra” e explica que, ao longo dos próximos anos no quadro da UNIgreen vão ser erguidas uma série de estruturas comuns e desenvolvidas atividades conjuntas com grande impacto na instituição e fora dela. “A estratégia conjunta desta nova Universidade Europeia foca-se na excelência e para a promover iremos implementar, entre outros e apenas para referir alguns exemplos, um Campus Virtual, um Centro de Investigação Conjunta, uma Escola Internacional de Doutoramentos e um Centro Internacional Comum”, refere a responsável.
O Politécnico de Coimbra ficará responsável pela coordenação da mobilidade da UNIgreen, que será inovadora e representa uma área central na iniciativa das universidades europeias. O IPC terá ainda um papel importante na cocoordenação de outras áreas, como sejam a inclusão e multiculturalidade e ainda a comunicação e disseminação.
Segundo Maria João Cardoso, este é “um dia feliz” para a internacionalização do Politécnico de Coimbra porque “erguemos sonhos para o futuro”. “Passámos a primeira fase deste importante objetivo a que nos propusemos com a consciência de que temos pela frente um enorme trabalho que, com toda a certeza, será desafiante e muito intenso”, afirma.
A Green European University constituirá uma ampla rede de oportunidades para os docentes, designadamente ao nível da investigação e da participação em projetos interdisciplinares e internacionais, bem como ao nível de mobilidade para ensino e formação que abrangerá também os trabalhadores não docentes. Os estudantes, por sua vez, terão a oportunidade de frequentar cursos desenvolvidos em conjunto pelas instituições de ensino envolvidas através de um futuro campus virtual que permitirá ensino virtual ou misto, e beneficiarão de condições específicas para estudar no exterior, enriquecer os seus conhecimentos linguísticos e aumentar a sua taxa de empregabilidade no final do curso. O ambiente profissional irá ainda beneficiar destas parcerias com realização de estágios e colaborações em áreas e de natureza diversa.
Este é um projeto internacional com previsível e relevante impacto no território, e que o Politécnico de Coimbra irá implementar em estreita ligação com os seus parceiros e a comunidade envolvente.
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