As cerimónias evocativas do 127.º aniversário da restauração definitiva do Concelho de Vila Nova de Poiares decorreram, esta segunda-feira, 13 de janeiro, com momentos de reconhecimento à comunidade, bem como a inauguração de um projeto importante para o turismo e preservação histórico-cultural do território.
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Num discurso marcado pela emoção e pela prestação de contas, o presidente da Câmara Municipal aproveitou a sessão solene para partilhar os desafios enfrentados e os resultados alcançados ao longo de 12 anos à frente do município.
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A intervenção começou com um tom pessoal e de despedida, tendo o autarca sublinhado que este será o último feriado municipal em que intervém enquanto presidente do município.
“Ao longo de toda a minha vida, este foi, sem dúvida, o cargo de maior prestígio e de maior responsabilidade que ocupei. Foi uma honra e um privilégio gigantesco ter merecido a confiança do povo poiarense durante estes doze anos”, afirmou.
Ao assumir a gestão em 2013, a equipa municipal encontrou um cenário financeiro alarmante.
“O município tinha uma dívida registada de 16 milhões de euros, que, após auditoria, se revelou superior a 20 milhões, colocando Vila Nova de Poiares no “Top 5” dos municípios mais endividados per capita no país, frisou João Miguel Henriques.
Esta situação exigiu a implementação de um rigoroso plano de recuperação financeira, que incluiu medidas impopulares, como impostos municipais no limite máximo e a redução de apoios financeiros às instituições locais.
No entanto, o esforço conjunto permitiu resultados expressivos.
No próximo mês de abril, prevê-se que Vila Nova de Poiares saia oficialmente da situação de excesso de endividamento, um marco histórico que permitirá ao município recuperar a autonomia de gestão financeira.
Apesar das limitações financeiras, o autarca destacou uma série de projetos concretizados durante o mandato. Entre os investimentos materiais, referiu a construção do Polo II do parque industrial, a requalificação do mercado municipal, a criação do Louredo Natura Parque e a construção de ciclovias urbanas.
Adicionalmente, foram realizados projetos com impacto imaterial, como a valorização do artesanato local.
Outro destaque foi a inauguração do projeto “Moinho do Moleiro”, uma iniciativa que recupera um moinho de vento tradicional, promovendo a história e o turismo local.
O autarca enumerou preocupações e desafios ainda por resolver.
Destacou a necessidade urgente de financiamento para a requalificação da escola EB 2,3/S Dr. Daniel de Matos, com um custo previsto de 10 milhões de euros. “Apesar das promessas, continuamos sem garantias concretas de apoio financeiro”, lamentou.
João Miguel Henriques também mencionou atrasos na segunda fase das obras do Centro de Saúde e dificuldades relacionadas à estratégia local de habitação.
Projetos como a construção de habitações a custos controlados e a bolsa nacional de alojamento temporário têm enfrentado entraves burocráticos e falta de respostas atempadas das entidades competentes.
Por fim, reiterou a importância da ligação viária entre o IP3 e a A13. “Os estudos estão concluídos e aprovados, mas é urgente avançar para a fase de projetos e execução de uma obra essencial para a região”, sublinhou.
Durante a sessão solene do feriado municipal, foram entregues Medalhas de Mérito de grau Ouro a personalidades e entidades que se destacaram nas suas atividades e contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento e o prestígio de Vila Nova de Poiares.
Este ano, oito homenageados receberam a mais alta distinção do município.
Como parte das celebrações, foram também agraciados os trabalhadores da autarquia que atingiram marcos importantes na sua carreira: 15, 25 ou 35 anos de bons serviços prestados ao município.
O papel das empresas e do tecido empresarial de Vila Nova de Poiares também foi enaltecido.
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