Coimbra
Penela integra Rede Europeia de Territórios Resineiros
O Município de Penela irá integrar a Rede Europeia de Territórios Resineiros, no âmbito do projeto Sust-Forest Plus através do instrumento de financiamento Interreg SUDOE, uma iniciativa comunitária relativa à cooperação transnacional sobre o ordenamento do território e desenvolvimento regional e que envolve parceiros de Portugal, Espanha e França.
O projeto INTERREG SUDOE SustForest Plus tem como objetivo implementar uma estratégia e uma rede de colaboração para garantir a multifuncionalidade, conservação e emprego no território do sul da Europa, através da extração de resina, uma atividade que se configura como uma grande oportunidade para parar o despovoamento das zonas rurais. Esta iniciativa pretende que os territórios que produzem resinas naturais se unam através do impulso gerado pela nova bioeconomia, geradora de emprego local e produtora de matérias-primas de alto valor tecnológico.
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O arranque desta rede de cooperação decorreu no dia 10 de maio em Valladolid, Espanha, numa reunião de lançamento do projeto onde foi definida a estratégia de implementação e as próximas tarefas do projeto por todos os parceiros envolvidos. O Município de Penela é um dos beneficiários do projeto que tem como missão ajudar a promover a inovação e empreendedorismo neste sector de atividade de forma a promove-lo e a gerar maior riqueza nos nossos territórios e, ao mesmo tempo, diminuir os riscos de fitossanidade e de incêndio nos espaços florestais de pinheiro bravo.
Portugal foi um dos três maiores produtores mundiais de resina nos anos 80, entrando em declínio devido à concorrência brasileira e chinesa, mas que atualmente apresenta alguns sinais de recuperação.
Atualmente, Portugal é um dos maiores importadores de resina do Brasil e da China, pois apesar de Portugal ter deixado de produzir, a indústria de transformação que depende desta matéria-prima manteve-se, passando a consumir resina importada.
Em Portugal, a Resipinus – Associação de Destiladores e Exploradores de Resina, um dos parceiros do projeto – está a trabalhar no sentido de profissionalizar este setor que em Portugal apresenta várias dificuldades, nomeadamente a escassa formação técnica, o desconhecimento das pessoas ao nível das inúmeras aplicações industriais da resina e a diminuição significativa da área de pinhal, consequência dos incêndios florestais e da plantação abusiva de eucalipto.
Para a associação, a floresta tem de ser encarada como uma fonte de rendimento multissetorial, uma das principais conclusões da palestra da Resipinus que aconteceu no Centro Ciência Viva da Floresta, no dia 21 de abril e que integrou a programação do Ano Municipal da Floresta. De acordo com o responsável desta associação, “a floresta tem de viver de vários produtos e não só da madeira, isto porque estar dependente só de um produto é limitativo em caso de incêndio, por exemplo, perde-se o rendimento que demora anos a recuperar”.
Como parceiros principais beneficiários deste projeto, para além do Município de Penela, fazem parte o CESEFOR (Fundação de Serviços e de Promoção Florestal e de sua Indústria de Castilha e Leão – Espanha; líder do projeto), o INIA (Instituto Nacional de Investigação e Tecnologia Agrária e Alimentar – Espanha), o Município de Proença-a-Nova, o CNPF (Centro Nacional da Propriedade Florestal – França), o EFI – European Forest Institute (França), a Universidade Politécnica de Madrid (Espanha) e o INIAV (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária – Portugal).
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