O atual presidente da Académica – Organismo Autónomo de Futebol e candidato ao cargo, Pedro Roxo, anunciou hoje que vai apresentar um projeto económico “sustentado” para conduzir o clube à I Liga.
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Pedro Roxo, Maló de Abreu e Alcídio Mateus Ferreira
Na apresentação da Lista C, o candidato referiu que se trata de “um projeto que dará condições à Académica de lutar pelos lugares cimeiros da liga maior”, que tem vindo a ser trabalhado e que, “na altura própria”, será apresentado aos sócios.
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“Apresentaremos soluções e a forma de tornar a Académica sustentável, forte, pujante e que esteja no lugar que merece, a lutar por objetivos que, neste momento, não consegue”, disse aos jornalistas, no final da cerimónia que decorreu nos jardins da Associação Académica.
Segundo Pedro Roxo, neste momento, o “único objetivo é a sobrevivência”.
“É isso que nós queremos combater, foi para isso que criámos condições para que a Académica possa ter parceiros que a ajudem a ter um futuro risonho e melhor”, acrescentou.
O candidato adiantou que o modelo que propõe é aberto a parceiros e diferente do atual, que é uma Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ).
De acordo com Pedro Roxo, o trabalho de “credibilidade e sustentação” dos últimos três anos tornou a Académica “numa marca que abriu ainda mais portas a parceiros credíveis e fortes”, por tudo aquilo “que granjeia e a simpatia que tem e pela força que pode ter”.
No seu discurso, alertou para as regras “muito rigorosas” das sociedades desportivas que vão vigorar na próxima época, em que “serão exigidos resultados líquidos positivos como condição para competir, o que, nos últimos 40 anos” da história da Académica “não tem acontecido”.
“Entendo que sou o responsável por encontrar uma solução que evite o abismo. É disto que se trata. De apresentar soluções que tornem a instituição viável”, reforçou.
No plano desportivo, o candidato frisou que, nas duas últimas décadas, o clube esteve a lutar pela subida de divisão, “com recursos financeiros consideravelmente inferiores” ao dos adversários.
“Não cumprimos o objetivo, mas ficámos com a certeza de que, com mais meios, podemos fazer muito”, sublinhou Pedro Roxo, que não colocou fora de hipótese João Alves continuar a ser o treinador da equipa, caso vença as eleições agendadas para 01 de junho.
A sua lista apresenta como candidato à mesa da Assembleia Geral o médico Maló de Abreu e ao Conselho Fiscal o advogado Alcídio Mateus Ferreira.
Pedro Roxo, engenheiro de profissão, vai disputar as eleições para a direção da Académica, marcadas para o dia 01 de junho, com o médico Joaquim Reis, antigo vice-presidente da direção entre 2014 e 2016, na altura liderada por José Eduardo Simões.
Saiba tudo no vídeo do Direto NDC:
Leia o discurso de Pedro Roxo:
Caros sócios, caros Académicos, caros amigos:
É com muita honra e orgulho que me dirijo a vós neste momento decisivo para o futuro da nossa Académica.
Apresento-me hoje, como candidato a Presidente da Direcção da Associação Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol, lado a lado com uma equipa de Academistas com provas dadas, de excelência e com reconhecida competência em diversas áreas de actividade, RESPEITANDO A TRADIÇÃO E OLHANDO PARA O FUTURO. Com os pés bem assentes no chão, com determinação, trabalho, competência e ambição.
Todos conhecem o amor e a paixão que me liga, diria até de forma umbilical, à Académica. Fui atleta de todos os escalões e tive o privilégio e enorme orgulho de ser capitão de equipa até ao último escalão de formação. Foram 12 anos a vestir a camisola negra. A Académica fez-me Homem! SOU, SOMOS, BRIOSA!
Há três anos atrás, num dos períodos mais difíceis da história do nosso clube, tomei uma decisão que mudou a minha vida pessoal e profissional, quando decidi integrar a única lista candidata às eleições de 2016, então liderada pelo sócio Paulo Almeida, a quem sucedi como presidente da direcção no decurso do mandato. Fi-lo por um imperativo de consciência e por um sentido de Missão, procurando retribuir o que esta instituição me deu e me ensinou desde sempre: valores como a integridade, a responsabilidade, o civismo, a solidariedade, a honestidade, a fraternidade e a honra.
Foram três anos de TRABALHO FEITO. A Académica voltou a aproximar-se dos Sócios, estivemos perto das pessoas que fazem a Briosa. Recuperámos o orgulho de ser Académica. Exemplo disso foi a realização do segundo congresso da nossa História e a muito merecida Homenagem aos nossos heróis de 1969.
No plano desportivo, estivemos nas duas últimas épocas a lutar pelos lugares de acesso à Primeira Divisão, com recursos financeiros consideravelmente inferiores aos nossos adversários. Não cumprimos o objectivo, mas ficámos com a certeza de que com mais meios podemos fazer muito.
Na Formação, fizemos História: pela primeira vez, no mesmo ano, todas as equipas que disputam campeonatos nacionais apuraram-se para as respectivas fases finais, prova evidente da qualidade e da evolução que os nossos jovens jogadores alcançaram desde que foi implementada uma nova Visão neste sector, com base no desenvolvimento do Talento do nosso ADN Briosa. Estudámos, durante mais de um ano, os melhores modelos formativos e definimos um rumo assente num projecto desportivo de inegável qualidade e que dará frutos no futuro.
Institucionalmente, aproximámos a Académica de Coimbra, nomeadamente da Casa Mãe, com quem hoje temos uma relação muito próxima e que será ainda mais reforçada no futuro. Fizemos um protocolo de satelização e trabalhámos com a SF como deve ser, como uma Académica UNA.
Finalmente, e no plano das infraestruturas, conseguimos dotar a nossa Academia Dr. Francisco Soares das condições necessárias para que os nossos jovens atletas possam exercer todas as suas actividades, quer desportivas, quer escolares. Hoje, a Academia tem um novo relvado, devidamente homologado, uma iluminação que permite novos horários de treinos, novos balneários. A formação dos nossos jovens não se deve limitar ao plano desportivo. Queremos ensinar aos nossos jovens o que é a Académica e promover a sua educação. Foi por isso que criámos, dentro da Academia, uma sala de estudo e recrutámos um centro de explicações para apoiar os nossos jovens. Também nos contratos de formação nos comprometemos a pagar as propinas daqueles que alcançassem o ensino superior.
Foram três anos de muito trabalho, de muita luta, de muitas noites sem dormir, de muitas lágrimas. Mas em momento algum deixámos de ter orgulho de saber que lutávamos por uma causa. A Académica esteve sempre primeiro e desistir nunca foi uma opção. É sabido que passámos por grandes dificuldades, resultantes de uma descida de divisão para a qual a Académica não estava financeira e economicamente preparada, fruto de uma gestão no mínimo questionável. Foi talvez a mais pesada herança deixada na História da Académica contra a qual, só nós, nos propusemos combater, mas nunca virámos a cara à luta e, com muito esforço, dedicação, honestidade, transparência e abnegação, conseguimos criar as condições não só para a sobrevivência mas também para dotar a Académica de meios que permitam atingir e manter-se no lugar de destaque do futebol nacional, como é seu direito e sua obrigação.
Este processo, rigoroso e transparente, tem que ter uma continuidade e não admite um retrocesso. Já esta época as normas regulamentares, como o PROGRAMA de SUSTENTABILIDADE ECONO!MICA E FINANCEIRA DAS SOCIEDADES DESPORTIVAS, serão muito mais rigorosas, estando previstas sanções para quem não as cumprir. Serão exigidos aos clubes resultados líquidos positivos como condição para competir, o que, nos últimos 40 anos da nossa história não tem acontecido. Entendo que sou responsável por encontrar uma SOLUÇÃO que evite o abismo. É disto que se trata! De apresentar soluções que tornem a instituição viável. Impõe-se aproveitar as condições criadas nos três últimos anos e estabelecer uma parceria com alguém forte e credível. Com quem queira estar ao nosso lado e não acima de nós e que o queira precisamente por admirar quem somos: conhecendo o nosso passado e a nossa ambição. A nossa tradição é intocável, a nossa História não se apaga e, por isso, não devemos ter receio mas sim orgulho, que outros queiram contribuir para a elevação dos nossos ideais. VIVER DO PASSADO NÃO CHEGA, TEMOS DE OLHAR PARA O FUTURO.
No exercício desta função, de que tanto me orgulho, a minha forma de estar é aplicar os princípios que me foram ensinados nesta Casa. O meu mandato, como todos sabem, foi pautado por respeito e transparência. Enquanto Presidente, os sócios sempre tiveram o direito à palavra, à opinião e à informação e enquanto eu for Presidente têm a garantia que assim será.
Caros Sócios, caros Académicos, caros amigos:
O que sinto pela Académica não se explica. POSSO-VOS GARANTIR QUE TUDO FAREI PARA A PROTEGER, PARA A CUIDAR E PARA A ENGRANDECER.
Obrigado a todos pela vossa presença.”
FIM
Objectivamente o modelo que apresenta será uma SAD?
Nao vou fugir à sua pergunta. A seu tempo apresentaremos mais do nosso projecto. Um projecto sustentado que levará a Académica de regresso à primeira Liga e que dará condições à Académica de lutar pelos lugares cimeiros da liga maior. É algo em que temos vindo a trabalhar e que será apresentado na altura própria aos sócios. São os sócios que decidirão se pretendem ou não alterar o modelo.. Na altura própria.
Apresentamo-nos de cabeça erguida e de mãos limpas e não fugimos às adversidades como outros fizeram. Apresentamo-nos confiantes e com soluções. É isso que os sócios querem. Soluções reais e credíveis.
Académica Forte Pujante e cumpridora, mas que respeite os seus princípios, valores e tradições. Uma Marca ACADÈMICA forte e sustentada.
Honraremos a sua história, pretendendo sempre ir cada vez mais longe.
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