Política
Pedro Nuno Santos diz que a “mudança necessária continua a passar pelo PS”
O secretário-geral do PS afirmou hoje que tem a tarefa de convencer os portugueses insatisfeitos de que a “mudança necessária continua a passar pelo PS”, defendendo, que apesar de haver hoje problemas, nenhum português “prefere voltar a 2015.”
Num discurso perante uma sala cheia no Theatro Circo, em Braga, Pedro Nuno Santos disse que o PS está orgulhoso do trabalho que foi feito nos últimos oito anos de governação, mas não está satisfeito.
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“Nós sabemos que há portugueses que estão insatisfeitos, que querem que as coisas mudem também nas suas vidas. (…) A minha tarefa é convencê-los que a mudança necessária, aquela que não põe em causa aquilo que conquistámos, essa mudança continua a passar pelo PS, é por nós que ela continua a passar”, afirmou.
Repetindo uma das principais mensagens que tem veiculado ao longo desta campanha, Pedro Nuno Santos voltou a associar o projeto da Aliança Democrática a um projeto de regresso ao passado, e em particular aos anos da ‘troika’.
“Portugal tem certamente muitos problemas para resolver e se há alguém que não os nega, somos nós. Mas temos também a certeza, eu pelo menos tenho a certeza, que não deve haver nenhum português que preferisse voltar a 2015”, afirmou.
No início do seu discurso, Pedro Nuno Santos afirmou que o PS é um “partido de ação” que quer “tirar o país da cepa torta”, salientando que é isso que tem feito em particular na ferrovia, com a linha entre o Minho, Viana do Castelo e Valença “modernizada, eletrificada e já a funcionar”.
“Eles não veem nada, eles não veem nada porque não querem ver e não sabem o que é um comboio, nem o que é um transporte coletivo, nem andam nele”, acusou, criticando ainda o facto de o programa da Aliança Democrática (AD) não ter qualquer menção sobre a linha de alta velocidade entre Lisboa, Porto, Braga, Vigo.
Depois, na área da saúde, o líder do PS respondeu a um repto lançado pelo cabeça de lista do PS por Braga, José Luís Carneiro, que, num discurso imediatamente antes, tinha defendido que um “futuro Governo tem de assumir o compromisso de construir o hospital de Barcelos”.
Acusando a direita de ter uma “resposta errada e ineficaz” para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), o líder socialista defende que “quem não acredita no SNS, não é quem quer desviar recursos do Estado e do SNS para o setor privado que se vai fazer um hospital em Barcelos”.
“É quem acredita no SNS, é quem quer salvar o SNS, somos nós que fazemos hospitais públicos, não são eles. Continuará a ser assim também em Braga, também em Barcelos”, declarou, provocando um longo aplauso na sala, com algumas pessoas a levantaram-se.
Neste discurso, Pedro Nuno Santos sublinhou ainda que o PS quer aproveitar a estabilidade financeira e orçamental atual para “continuar a avançar” na redução do horário semanal de trabalho, salientando que a última alteração foi feita há 26 anos.
“Foi o Governo do PS que em 1997 reduziu das 44 horas semanais para as 42, e em 1998 das 42 para as 40, porque os socialistas querem que o povo português, que as famílias possam aproveitar o tempo de vida. Nós não queremos viver para trabalhar, nós trabalhamos para poder viver”, afirmou, acrescentando que o PS propõe, desde já, uma redução das atuais 40 horas semanais para 37,5 para os pais com filhos até aos três anos.
No final, Pedro Nuno Santos defendeu que no dia 10 de março também se vai votar a “defesa de um legado, de uma herança” construída em democracia, e de conquistas como o SNS ou a escola pública.
“Temos de defender este legado, mas, ao mesmo tempo, olharmos para a frente. Proteger o legado, mas queremos mais, ambicionarmos mais. Olhar para o futuro: queremos um país onde o nosso povo vive melhor”, concluiu.
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