Coimbra
Pedro Coimbra defende estudo sobre transposição de areias na Figueira da Foz
O deputado socialista Pedro Coimbra defendeu hoje a realização do estudo económico sobre a instalação de um sistema mecânico de transposição de areias na barra da Figueira da Foz, já orçamentado pela tutela.
Em declarações à agência Lusa, durante uma visita à praia da Cova, onde quatro deputados do PS eleitos pelo círculo de Coimbra aferiram hoje as consequências da erosão costeira, Pedro Coimbra afirmou que “todas as soluções técnicas que possam resolver problemas devem ser estudadas”.
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“Acho que o estudo tem de ser feito. Estudar os problemas faz parte das atribuições das instituições. E depois implementar as soluções que são mais viáveis para a resolução dos mesmos. Essa é a questão fundamental”.
Em causa, está um estudo sobre os custos e benefícios da instalação de um sistema mecânico de transposição de areias (bypass) na barra da Figueira da Foz, incluído no orçamento deste ano da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), mas que aparentemente ainda não se realizou.
“É exatamente para isso que existem os estudos, os técnicos e os projetos. Todas as soluções que possam ser estudadas, devem-no ser. E depois devem ser implementadas aquelas que são mais viáveis e aquelas que trazem melhor resolução dos problemas que constatamos”, enfatizou Pedro Coimbra.
Em fevereiro, há exatamente nove meses, o presidente da autarquia da Figueira da Foz, João Ataíde (PS), anunciou que a APA incluiu no seu orçamento para 2018 o financiamento para estudar o sistema de ‘bypass’ de areias entre as margens norte e sul do rio Mondego, junto à foz, e que iriam “começar procedimentos para abertura do estudo”.
Do lado da oposição PSD, o vereador Carlos Tenreiro congratulou-se com o anúncio feito pelo presidente da Câmara sobre o estudo do ‘bypass’, lembrando que o partido tem defendido que ele seja feito “com a maior brevidade possível” e questionou quando será realizado.
“Diz que vai avançar, mas nunca ficámos com uma data, um prazo e o que podia ser uma boa notícia deixa de o ser, porque ficamos sem saber quando o estudo se inicia”, argumentou Carlos Tenreiro.
Tenreiro lembrou ainda que o estudo sobre a eventual implementação de um sistema de ‘bypass’ de areias na Figueira da Foz foi alvo de um projeto de resolução aprovado na Assembleia da República (AR), que o recomendava ao Governo.
“Era para ser feito em 2017 e não aconteceu”, frisou o vereador.
A implementação de um sistema mecânico de transposição de sedimentos na barra da Figueira da Foz através de uma tubagem por debaixo do leito do rio – que permita levar a areia que acaba depositada a norte, naquele que é considerado o maior areal urbano da Europa, para as praias a sul, afetadas pela erosão costeira – é uma proposta defendida há cerca de oito anos pelo movimento de cidadãos SOS Cabedelo, cuja defesa acabou por resultar na recomendação aprovada pela AR.
“É uma notícia que aguardamos desde 2011, congratulamo-nos com o nosso contributo para a viabilidade do ‘bypass’. Iremos acompanhar de perto este processo até à sua implementação, porque sabemos que o empenho da cidadania faz toda a diferença”, disse à agência Lusa, também em fevereiro, Miguel Figueira, do movimento SOS Cabedelo.
Na sexta-feira, durante uma conferência sobre alterações climáticas realizada na Figueira da Foz, ativistas do SOS Cabedelo promoveram um protesto silencioso envergando camisolas que, em conjunto, formavam a pergunta “bypass?'”, uma iniciativa destinada a inquirir a tutela sobre o estudo anunciado e ainda não concretizado.
Sobre a visita de hoje e as consequências da erosão costeira a sul do Mondego, nomeadamente junto ao chamado ‘quinto molhe’, na praia da Cova, onde a duna de proteção praticamente desapareceu e o mar entra pela floresta anexa a habitações, Pedro Coimbra considerou o cenário “preocupante”.
“Temos aqui populações, temos casas bem próximas deste foco de erosão”, frisou o deputado, lembrando, no entanto, que a APA tem em curso uma intervenção no local orçada em cerca de 500 mil euros.
Os trabalhos de recuperação já se iniciaram – no mesmo local onde há uns anos foi efetuada uma duna de proteção que o mar veio a destruir – mas hoje estavam parados, alegadamente devido ao agravamento das condições climatéricas e do estado do mar nos últimos dias.
“As obras não são eternas e nunca estão acabadas, há sempre necessidade de obras. Não me compete a mim avaliar as soluções técnicas, essas foram estudadas, mas aparentemente a intervenção que vai aqui ser feita é uma intervenção que é de fundo e se pretende de qualidade, é isso que esperamos”, argumentou Pedro Coimbra.
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