Portugal

Pedida reavaliação do modelo de contratualização de meios aéreos de combate a incêndios

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 30-10-2019

O organismo que investiga acidentes com aeronaves reforçou o alerta às empresas e ao regulador da aviação quanto ao processo de contratualização de meios de combate a incêndios, defendendo a “reavaliação” do modelo atual.

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Este novo alerta, após um primeiro efetuado em junho deste ano, consta de um relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), a que a agência Lusa teve hoje acesso, o qual aponta erros na operação do piloto como causa para a queda de um helicóptero em 04 de setembro durante a descolagem do Centro de Meios Aéreos da Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, para combater um incêndio no distrito de Castelo Branco.

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“Dado o elevado número de acidentes e incidentes com aeronaves ao serviço da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, que designadamente têm como causas comuns a operação de equipamentos, tripulações e operação não padronizados, a investigação entende que seria benéfica uma reavaliação, pelos atores do setor, do modelo de disponibilização anual de meios aéreos, contribuindo para uma melhoria dos níveis de segurança operacional desta atividade de trabalho aéreo com elevado risco”, indica o relatório.

O GPIAAF recorda o primeiro alerta feito em junho, que consta do relatório final da investigação [03/ACCID/2017] que detetou falhas do piloto e da gestão operacional e organizacional da empresa Everjets na queda do Eurocopter AS350, em julho de 2017, quando se preparava para combater um incêndio no concelho de Alijó, distrito de Vila Real.

“À luz da análise e conclusões retiradas no relatório do GPIAAF relativo ao evento 03/ACCID/2017, reforça-se o alerta aos operadores para a necessidade de desenvolverem um processo de aceitação e introdução robusto das aeronaves contratadas nos seus COTAs [Certificado de Operador de Trabalho Aéreo], seja em processo definitivo ou apenas e sobretudo enquanto reforço de frota”, sublinham os investigadores.

Nesse relatório, divulgado em 24 de junho, o GPIAAF alertava a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) para que garantisse “um escrupuloso processo de avaliação técnica” dos meios aéreos contratados pelos operadores para o combate aos incêndios rurais.

“O regulador (ANAC) deverá estar atento à introdução dos equipamentos [meios aéreos] em elevado número e diversidade nas operações nacionais, garantindo um escrupuloso processo de avaliação técnica, por forma a minimizar os riscos da aparente inevitabilidade de reforço de frota dos operadores, para fazer face aos desígnios nacionais”, lê-se no relatório final ao acidente ocorrido em julho de 2017.

No relatório agora publicado relativo ao acidente de Pampilhosa da Serra, o GPIAAF fez uma recomendação de segurança à empresa que operava o meio acidentado.

“A Helibravo, Aviação Lda, deverá assegurar que todos os seus pilotos estão devidamente treinados e conhecedores dos equipamentos que operam, as suas diferenças e particularidades, em especial nas aeronaves que gozam do estatuto de reforço de frota. O operador deverá ainda desenvolver todos os esforços por forma a uniformizar a sua frota de AS350 B3”, salienta o relatório.

O destinatário de uma recomendação de segurança deve, no prazo de 90 dias, informar o GPIAAF das ações tomadas ou em consideração.

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