Coimbra
Peça rara de arqueologia industrial é uma das atrações da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (com vídeos)
A Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (UC) tem patente ao público, a partir desta quarta-feira, o mais antigo prelo de corpo metálico conservado no mundo. O instrumento de impressão é “uma peça rara de grande valor museológico a nível da arqueologia industrial”, frisa João Gouveia Monteiro.
Segundo o diretor da Biblioteca Geral da UC, a máquina tipográfica para imprimir, datada do século XVIII, foi recuperada e musealizada e a sua presença é uma honra para a instituição.
Presente em Coimbra pelo menos desde 1845, quando foi intervencionado pelo ferreiro Manuel Bernardes Galinha, este prelo imprimiu periódicos da maior importância para a história da cidade. Foi adquirido pela Biblioteca da Universidade há cerca de 150 anos, e esteve emprestado ao Instituto Botânico, onde imprimiu publicações e etiquetas para as plantas do Jardim Botânico.
O prelo “estava nos baixos da Biblioteca Joanina, incompleto e com todas as partes de madeira em acelerada deterioração” e, em 2018, um dos historiadores de prelos manuais no mundo, o museólogo americano Robert W. Oldham, assegurou a sua disponibilidade para acompanhar o restauro.
Nos finais de 2019, com a reforma do átrio da Biblioteca, com a saída do turismo, surgiu a oportunidade e foi efetuado o restauro da peça.
O instrumento de impressão está agora no átrio da Biblioteca Geral da UC, devidamente sinalizado e com ecrãs eletrónicos “que permitem também alguma interatividade”, avança João Gouveia Monteiro.
No seu discurso, o responsável salientou a importância da requalificação do átrio principal, reforçando os três eixos que norteiam o trabalho da Biblioteca Geral, como a valorização das instalações, a melhoria do serviço prestado ao público e a afirmação como um polo dinâmico.
O reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, realça que se trata de “um edifício icónico da instituição, com um enorme acervo documental” e a requalificação do átrio dignifica o espaço.
“É um passo em frente na forma como tratamos, cuidamos e preservamos o nosso património”, sustenta.
O átrio principal da Biblioteca Geral acolhe, a partir desta quarta-feira, o mais antigo prelo e conta com uma zona para debates políticos e culturais.
A 1.ª edição da série “Questões disputadas”, recuperando uma velha tradição universitária de debate vivo de ideias, decorreu, esta tarde, e teve como temas “O hábito faz o monge?” e “Mudamos o mundo, ou é o mundo que nos muda a nós?”.
Veja os diretos NDC:
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