Política

PCP pede adoção de medidas para recuperar atrasos no Atestado de Incapacidade Multiuso

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 21-08-2022

O PCP defendeu hoje a adoção de medidas que permitam agilizar procedimentos e reforçar os meios humanos e técnicos, para recuperar dos atrasos na atribuição do Atestado de Incapacidade Multiuso.

“Medidas que tardam e que acrescentam mais desigualdade, marginalização social e empobrecimento às pessoas com deficiência, que se somam às que resultam dos impactos do aumento do custo de vida, perda de poder de compra e desinvestimento em importantes serviços públicos, de que é exemplo o Serviço Nacional de Saúde, na vida das crianças, jovens, adultos e idosos com deficiência”, refere o PCP, em comunicado.

Os comunistas salientam que “os atrasos na realização das Juntas Médicas e na atribuição do Atestado Médico de Incapacidade Multiuso tiveram, no quadro da epidemia, um profundo agravamento”.

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“Permanecendo atrasos como tem sido denunciado pelas organizações de pessoas com deficiência, designadamente as que referem o aumento do número de queixas apresentadas à Provedoria da Justiça, que relatam atrasos de dois anos na avaliação da incapacidade e da emissão do respetivo atestado multiuso”, lê-se no comunicado.

Visando mitigar o impacto social destes atrasos, o PCP lembra que propôs, “por diversas vezes, a prorrogação dos prazos de validade para quem já tem este documento”, e que apresentou “uma proposta no Orçamento do Estado para 2022, na qual se previa a prorrogação da validade do atestados até 31 de Dezembro para os que haviam expirado em 2019 e 2020, já que essa prorrogação apenas estava garantida para os atestados que haviam expirado em 2021”.

“A proposta apresentada pelo PCP foi rejeitada com os votos contra do PS, mas o Governo veio mais tarde aprovar por Decreto-lei a prorrogação do prazo de validade para os referidos atestados Médicos de Incapacidade Multiuso, deixando sem resposta todos aqueles que o solicitam pela primeira vez”, explica o PCP.

O partido diz ter consciência da “insuficiência” desta medida, razão pela qual “tem, em diversos momentos, questionado o Governo sobre estes atrasos na realização das Juntas Médicas e na atribuição do Atestado Medico de Incapacidade Multiuso”.

Estes atrasos, segundo o PCP, “não cumprem os prazos previstos na lei (60 dias) e impedem um elevado número de pessoas com deficiência de aceder a direitos que dependem de o requerente estar na posse do Atestado Multiuso”.

“Este atestado, para quem tem 60% ou mais de incapacidade, é garante de importantes direitos e benefícios, nomeadamente na aquisição de viatura própria, isenção de IUC, de aceder a cartão de estacionamento para pessoas de mobilidade reduzida, produtos de apoio, isenção de taxas moderadoras, assim como de acesso a prestações sociais, como a prestação social de inclusão. Atrasos na obtenção deste documento, negam, na prática, o acesso a estes e outros importantes direitos”, vinca o PCP.

O comunicado refere ainda que, “num quadro de forte desemprego entre pessoas com deficiência, em que a maioria não está empregada, nem está inscrita nos Centros de Emprego, estes atrasos representam mais um obstáculo ao cumprimento das quotas de emprego, já que para a elas aceder é necessário ser portador do Atestado Médico de Incapacidade Multiuso”.

“É fundamental conhecer o número de requerimentos, a sua distribuição geográfica e os meses de atraso registados”, defende o PCP.

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