Política
PCP diz que PS quer maioria para “ficar com as mãos livres”
O secretário-geral do PCP acusou hoje o PS de pedir a maioria absoluta nas eleições legislativas de 30 de janeiro para “ficar com as mãos livres” e não para seguir uma política que defenda os interesses do país.
“[O PS] não quer uma maioria absoluta para dar um novo impulso às condições de vida dos trabalhadores e do povo. Quer ficar com as mãos livres para continuar uma política que não serve os interesses dos trabalhadores e do povo”, disse Jerónimo de Sousa à margem de um encontro com trabalhadores dos CTT.
No entender do líder do PCP, a história mostra que as maiorias absolutas raramente servem os interesses do país e uma maioria absoluta do PS não seria exceção.
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“Num exercício de memória, se o fizermos, verificamos que as maiorias absolutas servem muitas vezes para não concretizar aquilo que é fundamental e continuar uma linha de política de direita que não serve os interesses do nosso país”, clarificou.
Comentando as declarações recentes da líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, que disse não ter receio em pedir a maioria absoluta, quando a expressão vinha a ser evitada por António Costa, Jerónimo de Sousa disse que se tratava de um “segredo de polichinelo”.
“Esta coisa de primeiro uma maioria, depois uma maioria estável, depois metade mais um, para depois afirmar claramente que quer a maioria absoluta… Sempre quis. Claramente o PS fez uma opção. Tardou em dizê-lo, mas claramente acabou por confirmar aquilo que foi nota sublinhada pelo PCP”, reiterou.
Questionado se os comunistas estariam disponíveis para uma nova convergência à esquerda caso essa maioria absoluta não se confirme, o líder reiterou que “a CDU tem sido a grande força de convergência em torno de questões concretas”, mas não clarificou se estaria disposto para fazer cedências.
“A CDU estará nessa convergência pensando nos direitos, nos salários, no Serviço Nacional de Saúde, nas reformas, nas creches”, afirmou.
A propósito do encontro com os trabalhadores dos CTT assegurou que cada voto na CDU é um voto também na defesa daqueles profissionais e deixou críticas ao Governo por não ter revertido a privatização da empresa.
“Nestes seis anos, o Governo teve todas as condições para que os CTT voltassem a integrar o setor público. Não o quis e fez pior”, considerou.
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