Coimbra
PCP diz que Câmara da Figueira da Foz não quer saber dos Estaleiros Navais
O PCP alertou hoje para a “crónica” falta de apoios à indústria naval, que está a afetar os estaleiros da Figueira da Foz, de novo em situação de insolvência, apesar dos compromissos contratuais com Timor-Leste.
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“A presente situação de insolvência desta unidade tem vários responsáveis sentados em diversas cadeiras do poder. Em primeiro lugar, o Governo Central e os respetivos ministérios do setor, totalmente de costas voltadas para o desenvolvimento e apoio à indústria tradicional portuguesa”, criticam os comunistas em comunicado.
No caso dos estaleiros navais da Figueira da Foz, suportados pela empresa Atlantic Eagle Shipbuilding, o PCP refere que, além de ficarem em causa as encomendas existentes, também a credibilidade do Estado português sai afetada pelos “compromissos assumidos com um país amigo, que acreditou na capacidade industrial do nosso país e, na sua boa fé, se vê agora defraudado”.
A administração portuária também está na mira da estrutura comunista, por ser um “garrote ao desenvolvimento de uma empresa que procura afirmar-se nesta atividade, mas que se vê confrontada com rendas mensais na ordem dos 30 mil euros”.
O município, liderado por João Ataíde (PS), é também criticado por estar “mais interessada em projetos de desenvolvimento urbanístico na margem sul” e nunca ter sentido que os Estaleiros Navais, “foram e poderão continuar a ser marca capaz de projetar a Figueira da Foz, tal como aconteceu no passado recente, no país e no estrangeiro”.
“Esta situação não pode continuar! É necessária uma solução sustentável que assegure a manutenção desta indústria, vital para a cidade, para a região e para o país”, reclama o PCP.
Também em comunicado, a Câmara da Figueira da Foz salienta que esteve sempre ao lado da CGTP na defesa dos postos de trabalho dos estaleiros navais.
“Voltámos a um ponto de rutura, confrontando-nos agora com um novo processo de insolvência. Também aqui, e mais uma vez em estreita colaboração com a Comissão de Trabalhadores e a CGTP, tentámos viabilizar uma solução financeira, tendo como prioridade assegurar a manutenção dos postos de trabalho e honrar os serviços internacionais com a República de Timor”, lê-se na nota.
O município rebate ainda as responsabilidades no processo, estranhando que o PCP, “à revelia dos trabalhadores, nos impute responsabilidades que comprovadamente declinamos, acrescentando que não há, nem nunca houve por parte deste Executivo, a intenção de urbanizar massivamente o espaço”.
“Temos a plena consciência de que tudo fizemos e continuaremos a fazer para que a investigação científica e tecnológica se concretize neste concelho através do Marefoz”, refere o comunicado autárquico.
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