Coimbra
PCP contra fim da ligação ferroviária entre Coimbra A e Coimbra B
A remoção dos carris entre a Estação de Coimbra B e a Estação Nova, no centro da cidade, é um erro, afirma o Partido Comunista, defendendo a reposição, modernização e eletrificação da linha do ramal Lousã.
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O “encerramento da Estação Nova em Coimbra e arranque dos carris entre esta estação” e Coimbra B é “uma opção errada que condiciona o desenvolvimento da região”, sustenta o Partido Comunista Português (PCP), numa nota enviada à agência Lusa.
“Depois de terem encerrado e desmantelado o Ramal da Lousã, o arranque dos carris” entre aquelas duas gares “contraria a necessidade de reposição, modernização e eletrificação desta linha e ligação à rede ferroviária nacional”, sublinha o PCP, recordando que “sempre defendeu e continuará a defender uma solução ferroviária para este ramal”.
A solução tecnológica de autocarros elétricos designada ‘metrobus’ do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), que irá servir o antigo ramal ferroviário da Lousã e a cidade de Coimbra, estará concluída em 2021, disse uma fonte oficial da Infraestruturas de Portugal (IP), numa resposta escrita enviada, na sexta-feira, à agência Lusa.
O projeto do ‘metrobus’ do SMM “mantém as mesmas características de traçado do previsto no metropolitano de superfície, pressupondo a desativação do canal ferroviário entre [as estações] de Coimbra-A [Estação Nova] e Coimbra B e garantindo a ligação direta das várias centralidades da cidade à Linha do Norte”, adianta a IP.
“Esta opção prolongará o embuste que os sucessivos governos têm sujeitado a região”, afirma o PCP, considerando que “PS, PSD e CDS convenceram os seus autarcas, nomeadamente presidentes de Câmara (e a receberem de alguns um inusitado aplauso) a aceitarem projetos desadequados onde se têm gasto milhões de euros”.
O recurso a autocarros para “substituir o que era um ramal ferroviário não resolve os problemas de mobilidade e da necessidade de desenvolvimento da região”, acrescenta.
É necessário “cumprir o projeto de resolução aprovado na Assembleia da República”, propondo a extinção da sociedade Metro Mondego e a devolução do seu património ao domínio público ferroviário e municipal e a “reposição, modernização e eletrificação da linha do ramal ferroviário da Lousã”, sustenta a Direção da Organização Regional de Coimbra dos comunistas.
“A opção por uma solução rodoviária e não pela ferrovia não se adequa às características da região e às necessidades dos utentes”, pois “será mais cara, mais lenta e não permitirá o transporte de mercadorias”, destaca o PCP, afirmando que “a solução rodoviária do Metro Mondego tem por trás a privatização de importantes zonas de transporte público no distrito e na cidade de Coimbra”.
O processo do SMM arrasta-se há mais de duas décadas, com a criação da Metro Mondego, uma sociedade liderada pelo Estado e integrada também pelos municípios de Coimbra, Lousã e de Miranda do Corvo e pela IP (que substituiu a REFER na composição acionista da empresa de capitais exclusivamente públicos).
O projeto de metro ligeiro para o Ramal da Lousã (ferrovia que servia os municípios de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo, que foi desativada em 2010 e cujos carris foram removidos), foi anunciado em 1994, mas, entretanto, abandonado, tendo o atual Governo decidido avançar com o sistema de ‘metrobus’.
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