Política
PCP alerta para risco de fecho de serviços com Unidade Local de Saúde em Coimbra
A organização regional do PCP em Coimbra manifestou-se hoje contra a criação da Unidade Local de Saúde, que irá levar a uma “mega fusão” das várias unidades do distrito, e alertou para o risco de encerramento de serviços de proximidade.
Numa nota de imprensa enviada à agência Lusa, o PCP alertou que a Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra irá agregar o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), já ele resultado de “uma mega fusão”, ao Hospital Arcebispo João Crisóstomo, de Cantanhede, ao Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais e a 26 centros de saúde.
“A ULS Coimbra abrangerá mais de 350.000 habitantes, mais de 10.000 trabalhadores e uma área de mais de 7.000 quilómetros quadrados, onde apenas estará em funcionamento um serviço de urgência”, constatou o PCP, que alertou que, “quanto maior a nau, maior a tormenta”.
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Para os comunistas, as ULS “tornaram-se num eficaz instrumento para maior concentração e mais encerramentos de serviços de proximidade, favorecendo o aparecimento de mais e mais privados do negócio da doença”.
“Os cuidados de saúde primários passam a estar debaixo da alçada dos hospitais onde se centraliza a direção. Sem respostas aos problemas centrais dos serviços, com uma ‘manta que continua curta’, é sempre na parte mais fraca que se destapa, ou seja, os cuidados de saúde primários”, criticou, considerando que as ULS dão “mais passos no caminho de responsabilização crescente das autarquias locais”.
Nesse sentido, o PCP reafirmou a necessidade de reversão da fusão dos hospitais de Coimbra, a criação da nova maternidade e o serviço de urgência polivalente no Hospital dos Covões e unidades de cuidados continuados no antigo Hospital do Lorvão e no antigo Hospital Pediátrico.
Os comunistas propõem ainda a criação de “verdadeiros sistemas locais de saúde, com personalidade jurídica e constituindo uma direção autónoma e acima de hospitais e centros de saúde”, a valorização das carreiras e remuneração dos profissionais de saúde e um fim do “favorecimento do negócio privado da saúde”.
Propõem ainda que seja travado “o processo de desresponsabilização da administração central e do Governo” no setor da saúde.
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