Política

PCP acusa Chega de “falsa oposição”

Notícias de Coimbra com Lusa | 19 horas atrás em 18-02-2025

O PCP acusou hoje o Chega de ser uma “falsa oposição” e de só estar a apresentar uma moção de censura ao Governo para “desviar a atenção” dos casos que afetam o partido.

Em conferência de imprensa de encerramento das jornadas parlamentares do PCP, em Leiria, a líder parlamentar, Paula Santos, considerou que “há muitas razões para censurar o Governo do PSD e do CDS”, porque as suas opções políticas vão “no sentido de favorecimento dos grupos económicos, de ataque a direitos, de degradação de serviços públicos”.

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“Mas aquilo que nós vemos é que o partido Chega não tem qualquer autoridade para apresentar qualquer moção de censura por esse motivo. Porque, na verdade, o partido Chega partilha com o Governo PSD/CDS todas estas opções políticas”, criticou.

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Paula Santos considerou que isso se verificou no que se refere, por exemplo, à lei dos solos, recordando que o Chega votou contra os projetos do BE, PCP, Livre e PAN que pediam a sua revogação.

“Nós estamos perante uma falsa oposição, porque na verdade eles acompanham as opções políticas deste Governo e querem ainda ir mais longe e mais rápido nessas opções da política de direita”, criticou.

Para a líder parlamentar do PCP, o Chega, ao apresentar uma moção de censura ao Governo, o que pretende na verdade é “desviar a atenção dos casos que têm acontecido no partido e no qual está envolvido”.

“Por todas estas razões, o PCP não vai acompanhar esta moção”, anunciou.

Interrogada se considera, como os líderes do PS e do Chega, que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, deve dar explicações sobre a empresa de compra e venda de imóveis detida pela sua mulher e filhos, Paula Santos respondeu: “Consideramos que o primeiro-ministro deve prestar os esclarecimentos que entender necessários”.

O Chega entregou hoje no parlamento uma moção de censura ao XXIV Governo Constitucional por considerar que recaem sobre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, “suspeitas gravíssimas de incompatibilidade” no exercício de funções públicas.

Na moção de censura, entregue hoje no parlamento, o Chega argumenta que está em causa um “cenário de total e generalizada descredibilização do Governo e do primeiro-ministro” que deve resultar na demissão do executivo minoritário PSD/CDS-PP.

O Correio da Manhã noticiou no sábado que a mulher e os dois filhos do primeiro-ministro têm uma empresa de compra e venda de imóveis, de que Luís Montenegro foi fundador e gerente. E uma vez que casou com comunhão de adquiridos, segundo o jornal, o primeiro-ministro poderia beneficiar dos proveitos.

No próprio dia, porém, o primeiro-ministro classificou como “absurda e injustificada” a sugestão de que poderá existir um conflito de interesses pela possibilidade de a empresa da sua família poder beneficiar da revisão da lei dos solos aprovada recentemente pelo Governo.

Luís Montenegro adiantou que, do vasto objeto social dessa empresa, apenas teve execução a prestação de consultoria no âmbito da proteção de dados pessoais.

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